O esquema elaborado pelos criminosos fez centenas de vítimas, inclusive juízes, desembargadores, promotores de Justiça de diversos estados do Brasil, empresários e servidores públicos estaduais do estado.
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Segundo a denúncia do MP, a quadrilha funcionava como uma espécie de empresa a serviço do crime. “Havia até contador para controlar a movimentação financeira”, mencionou a promotoria em trecho do texto.
O promotor de Justiça Danilo Palamone Agudo Romão apresentou, no dia 27 de março, denúncia contra dezenove pessoas que responderão pelos crimes de estelionato e organização criminosa.
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O grupo cooptava pessoas para ter acesso às fichas cadastrais de correntistas do Banco do Brasil e repassava as informações aos líderes do esquema.
“Os dados eram entregues a um agente conhecido como ‘gráfico’ ou ‘artista’, que fabricava folhas de cheque e imitava perfeitamente as assinaturas dos clientes”, afirmou o Ministério Público.
No texto da denúncia, o promotor afirmou que a cópia das assinaturas nos cheques clonados eram tão fiéis, que os próprios correntistas acreditavam que as grafias eram deles.
Os golpistas convenceram pessoas a atuarem como “laranjas”. Elas emprestaram as próprias contas bancárias para sacar valores e entregar à quadrilha. Em contrapartida, recebiam 5% do montante retirado.
Férias
A denúncia apontou que, durante as investigações, os da quadrilha resolveram tirar “férias” e um dos líderes do esquema resolveu gastar parte do dinheiro obtido nos golpes em um apartamento de três dormitórios em Ubatuba (SP).
“Ele tinha ainda uma chácara situada na Estrada Rural às margens da Rodovia Gerado de Barros (SP-304), em Águas de São Pedro (SP), onde costumava oferecer churrasco e reunir os integrantes do bando criminoso para oferecer treinamento e planejar novos golpes.”.
Na denúncia, o MPSP solicitou à Justiça o sequestro da chácara em Águas de São Pedro. Foi pedida ainda a apreensão de seis veículos e o bloqueio judicial de valores existentes em contas bancárias nos nomes dos denunciados, com o objetivo de reparar os prejuízos causados às vítimas.
Prisões
Sete pessoas da quadrilha foram presas acusadas de estelionato em Nova Odessa (SP) e Piracicaba durante operação do Departamento Estadual de Combate ao Crime Organizado (Deic) em março.
A ação ocorreu após dez meses de investigação. A operação prendeu ainda outras duas pessoas em Sumaré (SP) e em São Paulo.
Em Nova Odessa, a ação foi até uma residência localizada no bairro Jardim Maria Helena. Na cidade, foram presos um tecelão de 42 anos e um promotor de eventos de 47 anos, apontado como líder da quadrilha.
Em Piracicaba, a operação ocorreu no bairro Jardim Monumento. Cinco pessoas foram capturadas, entre elas um contador de 46 anos, três comerciantes de 34, 53 e 56 anos, e uma vendedora de 22 anos.
Outras duas mulheres da região foram encaminhadas ao Deic, em São Paulo (SP), e serão testemunhas. A polícia também apreendeu drogas, cheques, computadores e carros. Os suspeitos vão responder por estelionato e associação criminosa.
Fonte: G1