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Aos 117 anos, Emma Morano, última sobrevivente conhecida do século XIX, assopra as velas de seu bolo de aniversário nesta terça-feira em seu pequeno apartamento no norte da Itália.
A decana da humanidade enxerga muito pouco, ouve muito mal, não se levanta há um ano e não sai de casa há mais de 20 anos. Mas, de acordo, com o médico Carlo Bava, continua muito consciente.
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“Ela está muito lúcida, muito presente, e feliz por ter recebido um telegrama de parabéns do presidente italiano, Sergio Mattarella”, declarou o médico por telefone à AFP.
Nascida em 29 de novembro de 1899, viu passar onze papas, três reis da Itália e doze presidentes da República, embora ainda esteja longe do recorde de 122 anos da francesa Jeanne Calment.
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“A mulher que viu três séculos”, segundo a biografia ficcional escrita pelo napolitana Renè Papas e apresentada nesta terça-feira em Verbania, perdeu seu primeiro amor durante a Primeira Guerra Mundial, separou-se de um marido violento pouco antes da Segunda e trabalhou até os 75 anos em uma fábrica de sacos de juta.
Acima de tudo, tem seguido um regime singular há mais de um século, a conselho de um médico que detectou uma anemia quando ela tinha 20 anos de idade: três ovos por dia, dois crus e um cozido, e poucas frutas ou legumes.
Por muito tempo também comeu um pouco de frango à noite, antes de abandonar a carne definitivamente nos últimos anos, “porque ela não gosta mais e, especialmente, porque alguém lhe disse que causava câncer”, de acordo seu médico.
‘Seu segredo é genético’
Ela adora biscoitos, mas não é certo que comerá o bolo de aniversário que ganhou. “A última vez, eu comi um pouco, mas depois que eu não me senti muito bem”, explicou ao receber a AFP em sua casa no final de outubro.
Nesta terça-feira, ela recebeu a visita de alguns parentes e jornalistas e da prefeita de Verbania, Silvia Marchionini.
“Ela recebeu flores. Estava bem vestida e muito orgulhosa. Ela posou para um fotógrafo e perguntou: ‘meu penteado está bonito?’ Então eu acho que podemos dizer que está em forma”, relatou Bava.
Segundo o médico, o regime de sua paciente não deve ter tido impacto sobre sua vida: “Eu acredito que teria destruído o fígado da maioria das pessoas. Mas com Emma, eu acho que ela poderia comer cascalho que ainda viveria muito tempo”.
Da mesma forma, a poeira da fábrica de juta que respirou por décadas deveria ter destruído os seus pulmões.
“Acho que o segredo é genético. Toda a sua família viveu por muito tempo”, observou ele, também citando o forte caráter de sua paciente.
Muito independente, ela permaneceu autônoma até os 115 anos e nunca aceitou ir para algum hospital, mesmo que para tratar apenas uma pequena catarata.
Emma Morano atribuiu sua longevidade à sua decisão de deixar o marido abusivo, logo após a morte de seu único filho com poucos meses de vida. Isso foi em 1938, 30 anos antes da legalização do divórcio na Itália.
Fonte: Yahoo!