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A China aumentou claramente suas importações de petróleo russo em maio, segundo dados oficiais publicados nesta segunda-feira (20), ajudando a Rússia a contra-atacar a atitude de seus clientes ocidentais no marco da guerra na Ucrânia.
As importações chinesas de petróleo russo aumentaram 55% em maio em relação ao ano anterior, segundo dados da alfândega de Pequim.
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A segunda maior economia do mundo importou cerca de 8,42 milhões de toneladas de petróleo da Rússia, superando os embarques de petróleo da Arábia Saudita, que geralmente é o maior fornecedor da China.
Na semana passada, o presidente chinês Xi Jinping assegurou ao presidente russo Vladimir Putin seu apoio em questões de “soberania” e “segurança”. Pequim anunciou um importante apoio diplomático a Moscou.
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Os dados chineses foram publicados na semana em que o conflito da Ucrânia completará quatro meses e quando outros compradores evitam o petróleo russo.
A imprensa estatal informou no início do mês que a China está disposta a “intensificar a coordenação estratégica entre os dois países”.
O Kremlin anunciou que os dois presidentes concordaram em aumentar a cooperação econômica diante das sanções “ilegais” impostas pelo Ocidente.
Os países ocidentais adotaram sanções sem precedentes contra a Rússia em represália pela invasão da Ucrânia. Moscou procura novos mercados e fornecedores para substituir as empresas estrangeiras que abandonaram o país.
China ao resgate
Em relação às compras de gás natural liquefeito (GNL), avançou 54% em um ano, mantendo-se em 397 mil toneladas, segundo a alfândega.
A atitude da China contrasta com a do Ocidente, que tenta reduzir sua dependência dos hidrocarbonetos russos.
Um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) publicado na semana passada indica que as exportações de petróleo da Rússia para o Ocidente caíram claramente: para a UE, de 3,9 milhões de barris/dia para 3,4 milhões, e para os Estados Unidos e Reino Unido caiu de 0,9 para 0,1 milhão de barris por dia.
Em contrapartida, os envios à China aumentaram de 0,1 milhão de barris diários em fevereiro para 0,9 milhão em maio.
A China é o principal parceiro econômico da Rússia. Incluindo todos os produtos, as importações totais da China da Rússia aumentaram em maio 80% em um ano para cerca de 10,3 bilhões de dólares.
Na quarta-feira, o presidente chinês Xi Jinping reiterou a proximidade de seu país com a Rússia em uma conversa telefônica com seu colega Vladimir Putin.
“Velho amigo”
Os dois líderes concordaram em ampliar a cooperação no campo energético, segundo um relatório do Kremlin.
A China, que compartilha mais de 4.000 quilômetros de fronteira com a Rússia, viu suas necessidades energéticas aumentarem nas últimas décadas, de acordo com seu crescimento econômico.
No ano passado, o vizinho russo forneceu ao gigante asiático 16% de seu petróleo, segundo o banco ANZ.
O presidente chinês nunca escondeu sua proximidade com Vladimir Putin, descrevendo-o como um “velho amigo”.
Desde a chegada de Xi ao poder em 2012, ambos conversaram mais de trinta vezes.
O último encontro foi em fevereiro na China, três semanas antes do início da guerra na Ucrânia.
Os dois líderes proclamaram então “a amizade sem limites” entre China e Rússia e assinaram múltiplos acordos, especialmente no âmbito do gás.
A China se recusa a usar a palavra “invasão” para descrever a operação militar lançada pela Rússia na Ucrânia e responsabiliza Estados Unidos e Otan pelo ocorrido.
Próximo ao Kremlin, com quem que formar uma frente comum contra os Estados Unidos, o poder chinês se absteve de condenar a invasão russa.
Fonte: Yahoo!