18 de dezembro, 2024

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Prefeitura de Conchas desiste de fechar hospital para apurar denúncias da filha do secretário de saúde

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Horas depois de anunciar o fechamento do hospital de Conchas (SP), a prefeitura voltou atrás e disse que vai manter a unidade em funcionamento.

Em uma live na manhã desta segunda-feira (31), o prefeito Julinho Tomazela (PSDB) havia dito que iria suspender as atividades do hospital temporariamente para apurar as denúncias feitas pela filha do secretário de Saúde na semana passada.

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Na quinta-feira (27), a enfermeira Suellen Chaguri chegou a ser presa em flagrante depois de danificar objetos do hospital e desacatar policiais militares. Ela foi solta no dia seguinte durante audiência de custódia.

Em uma live na delegacia, a funcionária alegou que o pai dela, Miguel Chaguri, mandou a advogada da prefeitura prendê-la porque ela expôs “verdades” sobre a Secretaria de Saúde do município.

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Prefeitura de Conchas anuncia fechamento de hospital para apurar denúncias feitas por filha de secretário de saúde — Foto: Facebook/Reprodução
Prefeitura de Conchas anuncia fechamento de hospital para apurar denúncias feitas por filha de secretário de saúde (Foto: Facebook/Reprodução)

A partir disso, a prefeitura anunciou que iria fechar o hospital de Conchas para que uma empresa de auditoria pudesse recolher materiais, documentos e arquivos para dar andamento ao processo administrativo e apurar as denúncias feitas pela enfermeira.

Segundo a prefeitura, o fechamento seria temporário, para que nenhuma prova fosse perdida ou alterada durante as investigações. Enquanto isso, os internos seriam transferidos para outras unidades e uma UBS seria aberta para atendimentos emergenciais.

No entanto, Tomazela informou que desistiu de fechar o hospital depois de uma reunião com o Departamento Regional de Saúde (DRS) no início da tarde.

A prefeitura chegou a conclusão de que o fechamento do pronto-socorro e enfermaria iria causar transtornos aos pacientes e decidiu fechar, durante as investigações, apenas a parte administrativa no hospital, que guarda documentos e computadores, e a Secretaria de Saúde.

Prisão e denúncias

De acordo com a Polícia Civil, a PM foi acionada ao hospital de Conchas na quinta-feira (27) depois que a enfermeira Suellen Chaguri se recusou a assinar uma advertência administrativa e passou a desacatar outros funcionários. A polícia informou que ela danificou objetos da unidade e quebrou um computador.

A Polícia Militar foi até o hospital e levou a enfermeira até a delegacia de Conchas, onde ela permaneceu presa por dano ao patrimônio, desacato e desobediência.

No período em que esteve na delegacia, ela fez a live nas redes sociais. No vídeo, a enfermeira disse que foi advertida pela direção do hospital porque ela teria retirado um computador do ambulatório da Covid no hospital e estava sendo presa porque expôs “verdades” sobre a Secretaria de Saúde do município.

Filha de secretário de saúde fez live após ser presa em Conchas (SP) — Foto: Facebook/Reprodução
Filha de secretário de saúde fez live após ser presa em Conchas (SP) (Foto: Facebook/Reprodução)

No dia seguinte, ela foi solta pela Justiça na audiência de custódia, com aplicação de medidas cautelares. Segundo a advogada de Suellen, na audiência, a defesa aproveitou para expor ao juiz as denúncias feitas pela enfermeira contra a Secretaria de Saúde de Conchas.

A advogada Silvana Dimitrov contou que Suellen costumava a ajudar o pai no cargo de secretário, mas começou a perceber esquemas aparentemente ilícitos dentro da pasta, como a contratação terceirizada de médicos, com superfaturamento de salários; esquema de cobrança indevida de plantões médicos que não foram realizados; atestados médicos indevidamente assinados por funcionários; ausência de notificação de mortes e internações por Covid à DRS; entre outros.

A defesa afirmou que, um dia antes de ser presa, Suellen fez uma live denunciando essas possíveis irregularidades e que, por isso, foi surpreendida com a advertência administrativa no hospital.

Sobre as denúncias, a Justiça determinou que os autos fossem encaminhados à 2ª Promotoria de Justiça de Conchas para apurar as irregularidades narradas pela enfermeira. Em nota, o Ministério Público disse que “tomou ciência dos fatos veiculados, registrou-os e está analisando as medidas legais adequadas a serem tomadas”.

Posicionamentos

Sobre a prisão da enfermeira, o prefeito de Conchas, Julinho Tomazela (PSDB), disse em um vídeo nas redes sociais que a ocorrência foi causada inicialmente por um desentendimento familiar, que foi “potencializado por opositores políticos”.

Disse ainda que a prefeitura está apurando o caso e que Suellen foi presa por dano ao patrimônio, e não a pedido da administração municipal.

Já o secretário de Saúde Miguel Chaguri lamentou o ocorrido, nas redes sociais, e disse que a servidora Suellen Chaguri retirou sem autorização um computador do ambulatório de síndromes gripais, o que fez com que os funcionários precisassem preencher a mão os formulários da unidade.

Por conta disso, a Secretaria de Saúde disse que elaborou uma notificação de advertência, mas que Suellen “estava totalmente alterada, dizendo que não assinaria a advertência, e passou a agredir com palavras a todos os presentes”.

A pasta informou que a enfermeira danificou objetos e foi abordada por dois policiais que estavam no hospital para atender uma outra ocorrência. Segundo o secretário, os PMs tentaram convencer a servidora a se retirar do local, mas a ordem não foi acatada e ela foi presa em flagrante.

Fonte: G1 – Foto: Airton Salles Jr/TV TEM

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