25 abril, 2024
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Superação, determinação e força de vontade, essas são algumas palavras que a atleta de levantamento de peso, Maraísa Proença Moral, 31 anos, de Anhembi, na região de Botucatu, convive todos os dias.
Natural de Piracicaba, Maraísa nasceu com má formação congênita. Ela não tinha a tíbia e nem a rotula do joelho, por isso foi necessário uma amputação, para colocar uma prótese e poder andar. “Fiz a amputação com um ano e meio para dois anos e logo após a cicatrização coloquei minha primeira perna mecânica”, lembra a halterofilista.
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Hoje, Maraísa treina com a equipe paraolímpica de Itú, com o treinador da Seleção Brasileira de Halterofilismo e é um dos destaques na modalidade. Entre os dias 7 e 18 de setembro ocorrerão, no Rio de Janeiro, as Paralímpiadas. Maraísa não obteve índice para competir, mas isso não a desanima, pelo contrário. Ela avisa que está se preparando para os Jogos Paralímpicos Toquio 2020 e ficará na torcida pelos amigos e companheiros de treinamento nos Jogos do Rio.
Acompanhe a entrevista do com Maraísa Proença, também conhecida como a “Boneka de Ferro”.
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LEIA NOTÍCIAS – Você é uma atleta de alto nível e tem obtido bastante destaque. Como começou no esporte e qual a importância dele na sua vida?
MARAÍSA – Quando me mudei para Anhembi comecei a frequentar a academia para sair do sedentarismo e perder peso. Fazia musculação e fui tomando gosto pelos pesos. Quando o meu professor, Beto Ninja, me convidou pra assistir a um Campeonato que alguns alunos iriam participar, me apaixonei pelo esporte e no campeonato seguinte já comecei a competir. Até então eu participava de campeonatos convencionais, até que conheci a equipe Paralímpica de Itu, a AESA, através da minha amiga Joselia, conheci o treinador Valdecir Lopes, que também é técnico da Seleção Brasileira de Halterof i l i s m o e ele me convidou pra ir até Itu treinar. Me apaixonei mais ainda pelo esporte, e o que era um hobby virou coisa séria. Hoje me dedico intensamente aos treinos, mudei minha rotina, tenho muito mais disciplina e não me vejo mais sem o esporte. O meu marido, Fábio Marqueti, também me acompanha e me apoia em tudo.
LN – Nos últimos anos tem aumentado o espaço na mídia para atletas com deficientes físicas , como você vê essa visibilidade atual?
MARAÍSA – Graças à Deus tem melhorado, mas ainda há muito a se fazer. Infelizmente o esporte paralímpico não tem a mesma visibilidade que o olímpico tem, e isso dificulta para os atletas cons e g u i r em patrocínios e para terem locais em condições adequadas para treinos. A maioria tem que tirar dinheiro do bolso para tudo e as vezes acabam deixando d e lado os s o n h o s por falta de condições.
Mesmo com t u d o isso o Brasil é uma potência nos Jogos Paralímpicos. Estamos em sétimo lugar no ranking mundial e a meta é ficar em quinto agora nas Paralimpíadas. Tenho certeza que iremos conseguir, pois o que falta de incentivo, sobra em força de vontade.
LN – Nos próximos dias teremos as Paralimpíadas no RJ, você poderia estar lá representando o Brasil. Como você vê a importância desses Jogos?
MARAÍSA – Acho super importante as Paralimpíadas serem em casa, com certeza temos a ganhar muito com isso, pois as pessoas vão poder ver de perto e conhecer esse mundo incrível. Irão ver além das aparências e incentivar muitas outras pessoas a praticarem esportes e a ter a visão real do deficiente. Infelizmente para essa Paralimpíada ainda não tenho o índice para convocação, mas estou me preparando desde já para 2020, pois sei que tudo tem sua hora e o nosso tempo é de Deus. Aliás o Halterofilismo será representado por cinco atletas, com chances de medalhas. Estou aqui na torcida por todos e muito feliz em ver meus amigos lá competindo.
LN – Qual é seu objetivo?
MARAÍSA – Meu objetivo é melhorar a cada dia, ser uma atleta da Seleção Brasileira e em 2020 estar participando dos Jogos Paralímpicos em Tóquio. Quero terminar nossa casa e ter filhos.
LN – Porque o apelido “Boneka de Ferro”?
MARAÍSA – A Boneka de Ferro surgiu quando fui gravar uma entrevista e eles deram esse apelido para mim. Eu acabei adotando, pois associo a boneca por ser mulher e de ferro por causa da minha perna mecânica (risos).
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