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No final de 2019, a descoberta de um vírus altamente contagioso foi motivo de alerta para os chineses. O que ninguém imaginava é que, em pouco menos de três meses, essa doença iria se espalhar por todo o planeta, dizimando milhares de pessoas em todo o mundo.
A corrida pela vacina contra a COVID-19 intensificou-se desde então, como uma das vias para garantir uma proteção completa para a população. Enquanto ela ainda não está disponível, uma das recomendações, para além das medidas preventivas, é a testagem das pessoas, principalmente as sintomáticas.
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Um dos grandes problemas disso é o alto custo para a realização desses testes. Em meio a essa demanda, pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveram um teste para identificação do coronavírus por meio de fungos.
Teste da Unicamp
Os cientistas do Laboratório de Genômica e bioEnergia da Unicamp descobriram uma relação entre a identificação do SARS-CoV-2, nome científico do novo coronavírus, com alterações em fungos, neste caso específico, nas chamadas leveduras.
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As leveduras são organismos unicelulares presentes na produção de vários alimentos e bebidas por conta da sua fermentação, como pão, leite fermentado até cerveja e vinho. No caso da pesquisa, o que acontece é que, ao entrar em contato com o vírus, elas acabam ganhando outra tonalidade.
Na pesquisa, a proteína humana ACE-2, um tipo de gene que favorece o acesso do vírus nas células humanas, foi inserida na levedura. Depois do tempo necessário para incubação, um determinado tipo de hormônio começa a proliferar e, como consequência, ativa o gene que altera a coloração da levedura.
Se, em seu estado natural, a levedura teria uma cor bege-amarelada, após ser “contaminada”, ela ficaria com a coloração vermelha e fluorescente, indicando, assim, a presença do novo coronavírus.
Esse novo modelo de teste de detecção foi chamado pelos pesquisadores de Coronayeast, uma junção do nome do vírus (coronavírus) e da nomenclatura do fungo usado (yest, em inglês).
Um dos aspectos mais relevantes desse novo método é exatamente o baixo custo. De acordo com Gonçalo Amarante Guimarães Pereira, professor da Unicamp que participa do projeto, o valor seria até 100 vezes mais barato quando comparado ao teste do tipo RT-PCR, um dos mais eficazes na detecção do vírus.
Outro benefício seria a praticidade do teste, que poderá ser aplicado diversas vezes até pelo próprio paciente e de uma forma muito menos invasiva e incômoda, já que utiliza amostra de saliva.
Teste da USP
O Centro de Pesquisas do Genoma Humano e Células-Tronco do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo é outro polo de desenvolvimento de um teste para detecção do novo coronavírus. Trata-se do chamado RT-Lamp, uma testagem que seria tão eficaz quanto RT-PCR, porém, mais barata e menos invasiva.
Nesse teste, também seria possível realizar uma autocoleta, isto é, o próprio paciente fazer a coleta da saliva em um tubo de ensaio, o que diminuiria os riscos de contaminação para os profissionais da saúde. Outro benefício é a rapidez nos resultados, que levariam entre 30 a 40 minutos para ficarem prontos.
No entanto, é preciso lembrar que, enquanto esses testes, bem como a vacina para a COVID-19, não ficam prontos, deve-se manter os cuidados de higiene constantemente: lavar as mãos com água e sabão, esfregando bem todas as partes, e, quando não for possível, usar álcool em gel.
Usar a máscara quando estiver na rua também é uma medida fundamental para evitar a contaminação. Caso tenha que sair, evite aglomerações e mantenha um distanciamento seguro de, pelo menos, um metro das outras pessoas. Se puder, fique em casa.