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O motorista do ônibus que se envolveu no acidente com um caminhão e deixou 41 mortos em Taguaí (SP) se apresentou à Polícia Civil e prestou depoimento nesta sexta-feira (27), em Avaré (SP).
Segundo G1 apurou, o motorista informou à polícia que seguia pela rodovia, quando outro ônibus que estava na frente teria freado e “balançado”. Na sequência, para não bater, ele alegou que jogou o ônibus para o lado quando também houve uma falha no freio do veículo e bateu na carreta no sentido contrário.
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Segundo a polícia, com base nos relatos de testemunhas e do motorista, à frente dos ônibus das vítimas havia outro ônibus e um caminhão. Agora, será investigado se o motorista do ônibus foi para a pista contrária por conta de falhas mecânicas ou para ultrapassagem.
Ainda de acordo com a polícia, também se apresentaram na delegacia nesta sexta-feira (27) os donos da empresa do ônibus, que não tinha autorização da Artesp para circular e estava com documentos irregulares.
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O advogado que representa a empresa de ônibus, Adail Oliveira, contou ao G1 que a confecção que contratou o serviço de transporte, contrariando a versão da empresa. Questionada pela TV TEM, a empresa de jeans nega a versão e diz que o ônibus foi contratado pelos funcionários.
Em nota, a SSP informou que as investigações seguem em andamento pela delegacia de Taguaí. Foi realizada uma nova perícia nos sistemas de freio do ônibus envolvido nesta sexta-feira (27) e na próxima segunda-feira (30) será realizada outra perícia no local do acidente.
Cinco pessoas, entre elas três motoristas, uma vítima e uma testemunha, foram ouvidas e novos depoimentos serão colhidos nos próximos dias.
Ainda conforme a SSP, os laudos de exames necroscópicos e toxicológicos estão em andamento pela Equipe de Perícia Médico Legal (EPML) de Avaré e, assim que concluídos, serão analisados pela autoridade policial.
Após o acidente, o caminhão do tipo bitrem (com capacidade maior de carga), que carregava esterco, invadiu uma propriedade rural. O motorista do veículo chegou a ser levado ao pronto-socorro de Fartura, mas morreu na unidade.
Ao G1, a companheira do caminhoneiro informou que ele não tinha habilitação para dirigir caminhão, tinha apenas habilitação provisória para carro e, por isso, levava outro caminhoneiro junto nas viagens.
“Com a colisão uma parte da carroceria do caminhão se desprendeu, foi para o lado do ônibus. Ela ocasionou um grave dano na lateral do ônibus e infelizmente levando a óbito tantas pessoas. Foram arrancados bancos, vítimas com membros decepados, vítimas machucadas”, afirmou Daniel Aparecido Demétrio, capitão da Polícia Militar.
“Algumas vítimas foram projetadas para fora do ônibus, algumas estavam no interior do veículo e outras ficaram presas nas ferragens e nos bancos do ônibus também, o que dificultou a retirada. Mas tivemos cautela para que não houvesse maiores danos nos corpos”, disse o tenente do Corpo de Bombeiros, Carlos Alexandre Prandini.
A maioria das 41 vítimas foi velada em ginásios de Itaí. As prefeituras de Taguaí e Itaí decretaram luto oficial por três dias.
A Rodovia Alfredo de Oliveira Carvalho é pista simples, não tem pedágios e não são comuns acidentes parecidos no local, segundo a Polícia Militar Rodoviária de Itapeva.
De acordo com o tenente Alexandre Guedes, porta-voz da PM, foi o maior acidente do ano nas rodovias do estado de São Paulo.
Investigação
O MPT entrou com uma representação contra a empresa Stattus Jeans Indústria e Comércio Ltda, onde as vítimas de Itaí trabalhavam, e a Star Fretamento e Locação Eireli – EPP, dona do ônibus envolvido no acidente.
As vítimas eram de Itaí e viajavam diariamente com a empresa de ônibus até o trabalho, em Taguaí.
O MPT quer saber sobre a responsabilidade das empresas no acidente. Além desta investigação do MPT, a Polícia Civil instaurou um inquérito para saber a causa da colisão, que ainda não foi esclarecida.
Camila Rosa Alves, delegada titular da Polícia Civil de Taquarituba (SP), é responsável pela investigação. Ela informou que a polícia tem duas linhas de investigação: falha nos freios ou tentativa de ultrapassagem em local proibido.
Hipótese de falha nos freios
O motorista do ônibus alegou, de acordo com a delegada, que seguia na pista quando se deparou com um outro veículo, possivelmente um caminhão, que estava mais devagar.
Ao tentar diminuir a velocidade, percebeu que os freios do veículo não funcionavam e, para evitar uma colisão, invadiu a pista contrária. Neste momento, foi atingido pelo caminhão bitrem carregado com esterco.
A versão apresentada pelo motorista foi confirmada por um dos passageiros do ônibus que sobreviveu. Elian Marcos contou à TV TEM que viu um caminhão na pista.
“Nosso ônibus estava indo e não sei se falhou o freio quando chegou perto desse que estava muito devagar. O motorista tirou [o veículo da pista] e nisso veio a carreta contra”, relatou.
Já outra possível versão, colhida com base no relato do sobrevivente do caminhão, é de que o ônibus teria invadido a pista contrária durante uma ultrapassagem. O caminhoneiro não teria conseguido frear a tempo e jogou o veículo para o acostamento, na direção de uma propriedade rural.
Fonte: G1 – Foto: Reprodução/GloboNews