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O Ministério Público, através da Promotoria de Justiça de Buri (SP), pediu à Polícia Civil a instauração de um procedimento investigatório para apurar a morte do jovem de 29 anos que estava à espera de uma vaga em leito de UTI no interior de São Paulo.
Bruno Souza estava desde segunda-feira (24) no Pronto Atendimento (PA) de Buri, com febre e sintomas gripais, e morreu nesta quarta (26). O paciente passou por dois testes de coronavírus, que tiveram resultado negativo.
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A prefeitura informou que, ainda na segunda-feira (24), cadastrou o rapaz na Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (CROSS), do governo do estado, para uma vaga de UTI nos hospitais da região, já que o paciente estava com uma grave pneumonia e Buri não tem hospital.
Segundo o município, além de atualizar constantemente a CROSS sobre a gravidade do quadro do paciente, as equipes da Secretaria de Saúde da cidade também entraram em contato diretamente com a Santa Casa de Itapeva, com o Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS) e com a Santa Casa de Capão Bonito para solicitar a transferência de Bruno.
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No entanto, de acordo com a prefeitura de Buri, os hospitais não puderam receber o paciente, que morreu no início da tarde desta quarta-feira (26).
“É com muita tristeza que eu venho relatar aqui, para mim é um caso de homicídio, pode ser chamado de negligência médica, da saúde, do estado. Para mim, o estado matou hoje um buriense de 29 anos”, disse o prefeito Omar Chain (PP) nas redes sociais.
A partir disso, a prefeitura informou que iria investigar a causa da morte de Bruno e registrar um boletim de ocorrência sobre o caso.
Segundo a Polícia Civil, até o inicio da tarde desta quinta-feira (27), a prefeitura ainda não havia registrado o BO. Mesmo assim, a polícia informou que vai instaurar um procedimento investigatório a partir do pedido do Ministério Público.
Posicionamentos
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde afirmou que a CROSS passou a auxiliar imediatamente no caso do paciente depois que recebeu a solicitação. Contudo, disse que foi comunicada na quarta-feira (26) sobre a morte do jovem, que apresentava histórico de comorbidades graves, segundo o estado.
Ainda conforme a SES, a transferência de pacientes a outros serviços de saúde não depende somente da disponibilidade de vagas, mas também um quadro clínico favorável do paciente para o deslocamento.
“Cabe ao serviço de origem atualizar constantemente o quadro clínico do paciente e mantê-lo em condições para que a locomoção seja feita com segurança”, afirmou o estado.
Na nota, a Secretaria também disse que a CROSS possui um sistema online que funciona 24 horas por dia e que prioriza os casos mais graves e urgentes. Por fim, anunciou a ativação de 30 novos leitos exclusivos para atendimentos Covid-19 na região de Sorocaba.
Já a Santa Casa de Itapeva alegou que não cabe à unidade deliberar sobre a disponibilização de vagas, o que é uma atribuição do gestor estadual, por meio da CROSS.
De acordo com a Santa Casa, houve solicitação de vaga para o paciente Bruno nos dias 24, 25 e 26, mas conforme “a resposta emitida prontamente à CROSS, não havia, naqueles momentos, disponibilidade de vagas para UTI, devido à superlotação de leitos, já ocupados com outros pacientes”.
Já a Santa Casa de Capão Bonito afirmou que não tem UTI convencional adulto na unidade, apenas exclusiva para o atendimento de pacientes com Covid-19. Disse ainda que todos os 10 leitos de UTI Covid estavam ocupados na quarta-feira (26).
Ainda conforme a Santa Casa, a unidade de Capão Bonito não é referência para Buri em relação aos leitos de enfermaria convencionais ou outros leitos de internação, que são somente para moradores de Capão Bonito e de Ribeirão Grande.
Fonte: G1