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A justiça da Argentina condenou nesta quinta-feira (7) a dez anos de prisão um ex-agente de Inteligência do Exército por roubar durante a última ditadura argentina (1976-1983) uma criança, filha de desaparecidos. O tribunal também definiu uma pena de três anos detenção para o casal que criou a menor.
O militar reformado Héctor Carabajal (foto) foi sentenciado por retirar dos pais Claudia Domínguez Castro, que recuperou sua identidade em 2015, aos 37 anos, quando soube que era filha de Gladys Castro e Walter Domínguez, dois militantes comunistas da província de Mendoza.
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A ação, movida pela organização Avós da Praça de Maio, pedia 15 anos de prisão para Carabajal e seis anos para Julio Bozzo e Antonia Reitano, casal que recebeu a criança e a registrou como filha.
Gladys e Walter foram sequestrados quando estavam em casa por um grupo da cidade de Godoy Cruz (em Mendoza), no dia 9 de dezembro de 1977. Na época, Gladys estava grávida de 6 meses, e a criança veio a nascer na prisão em março de 1978, segundo um comunicado da Avós da Praça de Maio, organização de direitos humanos que tem como objetivo localizar crianças desaparecidas durante a ditadura.
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Carabajal, que trabalhava no Destacamento de Inteligência 144 do Exército, pegou a recém-nascida e a entregou a Bozzo e Reitano.
“Finalmente, após 41 anos deste crime, Claudia e sua família conheceram a justiça”, destacou a organização, que lamentou a sentença dada ao casal, três anos de liberdade condicional.
“Ambos foram declarados culpados pela apropriação de Claudia, mas sem pena efetiva. Devemos voltar a mais de 20 anos para encontrar uma sentença tão branda para um delito tão grave”, advertiu as Avós da Praça de Maio.
A entidade estima que cerca de 500 bebês foram roubados durante a ditadura, sendo que, até 2018, 128 foram encontrados e recuperaram sua identidade.
Fonte: Yahoo!