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Políticos, intelectuais e sindicalistas da Itália exigiram nesta segunda-feira (11) a dissolução dos movimentos neofascistas que protagonizaram atos violentos em Roma neste sábado, em especial o ataque à sede do maior sindicato do país.
Tudo aconteceu após um grande protesto pacífico contra a extensão a todos os locais de trabalho do chamado “Passaporte Verde”, que consiste em um certificado de vacinação contra a covid-19, um teste negativo para a doença ou a recente recuperação da mesma.
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“O ataque foi perpetrado por formações abertamente neofascistas, vindas da galáxia do neofascismo do século XX (…) Há um fio obscuro que os une”, explicou à AFP o cientista político e historiador Marco Revelli, autor de livros sobre a direita e a esquerda na Itália.
A sede do sindicato da Confederação Italiana do Trabalho (CGIL) sofreu graves danos materiais. Além disso, houve um ataque ao centro de emergência de um hospital público e a polícia teve que usar gás lacrimogêneo para dispersar radicais posicionados em frente ao gabinete do primeiro-ministro, Mario Draghi. Alguns líderes do movimento de extrema direita Forza Nuova, instigadores desses atos, estão detidos.
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Para muitos, as imagens lembraram a gênese do fascismo na Itália, que aproveitou o rarefeito clima social, econômico e político para chegar ao poder no início do século XX. “A linhagem é muito clara, pertencem a esse núcleo fascista”, frisou Revelli, que acredita que “a pandemia abriu novos caminhos para eles”.
“É hora de dizer com clareza. As formações que se identificam com o fascismo precisam ser dissolvidas”, afirmou Maurizio Landini, líder da CGIL.
O ataque ao sindicato, que defendia a obrigatoriedade do passaporte sanitário nas fábricas a partir de 15 de outubro, desencadeou uma onda de indignação e solidariedade em toda a península. Uma manifestação nacional foi convocada para o próximo sábado com o slogan “Mai piú fascismo” (“Facismo nunca mais”).
O Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, e o Movimento Cinco Estrelas (M5E), anti-establishment, apresentaram nesta segunda-feira uma moção no Parlamento pedindo a dissolução do Forza Nuova.
O líder do PD, Enrico Letta, comparou o que aconteceu ao ataque ao Capitólio dos Estados Unidos. “Grupos neofascistas tentaram usar essa situação difícil (a pandemia) para atos de insurreição, nada mais nada menos do que o ocorrido nos Estados Unidos em 6 de janeiro”, disse.
Os partidos de extrema direita, que lideram as pesquisas de opinião, entre eles os Irmãos de Itália, de Giorgia Meloni, e a Liga, de Matteo Salvini, recusaram-se a assinar a moção parlamentar.
Fonte: Yahoo!