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O Grêmio ameaça não entrar em campo na partida contra o Flamengo, pelo jogo de volta das quartas de final da Copa do Brasil, caso seja permitida a presença de público no Maracanã. A partida está marcada para a próxima quarta-feira, dia 15, às 21h30.
O clube alega falta de isonomia e cita o protocolo estabelecido pela CBF para o retorno de público aos estádios. Pelo documento, a presença de torcida em jogos de mata-mata só seria permitida caso os dois clubes possam contar com permissão para tal. Como não houve torcida no jogo de ida, em Porto Alegre, o Grêmio entende que as mesmas condições devem ser mantidas no jogo de volta.
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Em contato por telefone com a reportagem, o diretor jurídico do Grêmio, Nestor Hein, afirmou que foi consultado sobre o assunto pelo presidente Romildo Bolzan Jr. O tema ainda deve ser debatido no Conselho de Administração entre Bolzan e seus pares.
— Foi consultado o jurídico sobre o tema. Respondemos ao presidente que, de acordo com o regulamento da competição, se no primeiro jogo não tiver público, no segundo não pode ter. Mesmo que a cidade tal tenha liberado. Se houver qualquer tentativa de ter público, o Grêmio não entrará em campo. O presidente acolheu essa sugestão e vai tomar as medidas cabíveis — disse o dirigente.
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Em contato, o presidente Romildo Bolzan afirmou que o regulamento “não permite” presença de público e que o Grêmio jogará apenas mediante o cumprimento das regras para a competição.
Vice-presidentes já se manifestaram também de maneira favorável à decisão, se tomada, embora acreditem no bom senso da CBF para manter o “equilíbrio técnico”. A discussão será ampliada pelos membros do Conselho de Administração nos próximos dias.
Na terça-feira, a prefeitura do Rio de Janeiro acatou o pedido do Flamengo e liberou a presença de público nos três próximos jogos da equipe, a partir do duelo contra o Grêmio pela Copa do Brasil. Serão eventos-teste, com 35% a 50% da capacidade do estádio. O segundo jogo também é contra o Grêmio, no dia 19, pelo Campeonato Brasileiro.
Nesta quarta, 19 dos 20 clubes que disputam a Série A do Brasileirão – menos o Flamengo – participaram de uma reunião com a CBF e decidiram que os jogos da Série A vão continuar sem a presença de público pelo menos até 28 de setembro.
Os 19 clubes também decidiram entrar em conjunto com uma ação no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) para tentar derrubar a liminar concedida pelo tribunal ao Flamengo que permite presença de público nos jogos da equipe.
O clube carioca recusou o convite para participar da reunião na CBF e divulgou uma nota oficial, na qual afirma que “não cabe aos clubes ou à CBF” deliberar sobre a presença de público nos estádios.
A posição do Grêmio é baseada em um trecho do protocolo elaborado pela Comissão Médica Especial e pela Diretoria de Competições da CBF para o retorno do público aos estádios, divulgado no dia 16 de agosto. Veja o que diz o texto:
“Em partidas ida e volta (mata-mata), no caso de um dos clubes envolvidos não ter autorização pelo órgão sanitário local para receber público no estádio, ambas as partidas não terão público. Exemplo: Clube A da UF 1 tem permissão pela autoridade sanitária local para receber público máximo de 20% do estádio, enquanto Clube B da UF 2 não tem permissão pela autoridade sanitária local para receber público (0% do estádio). No caso de confronto entre as equipes em formato eliminatório ida e volta, nem Clube A nem Clube B poderão receber público nos seus respectivos estádios”.
O Grêmio perdeu o confronto de ida por 4 a 0, na Arena, no dia 25 de agosto. Para se classificar às semifinais, precisa de uma vitória por cinco gols de diferença no Maracanã. Vitória por quatro gols leva a decisão a cobranças de pênaltis.
Fonte: G1 – Foto: Alexandre Vidal / CRF