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Um estudo feito por Sahra Kacimi, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), e Ron Kwok, da Universidade de Washington, mostra que o gelo no Ártico teve uma redução expressiva nas últimas duas décadas, além de uma rápida perda de volume entre 2018 e 2021. Publicados nesta quinta-feira (10) no periódico Geophysical Research Letters, os dados foram coletados a partir de três satélites que mediram espessura da neve e altura do gelo.
“A profundidade da neve do Ártico, a espessura e o volume do gelo marinho são três medidas muito difíceis de obter”, admite, em nota, Ron Kwok, cientista polar do Laboratório de Física Aplicada da Universidade de Washington e coautor do novo estudo.
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Utilizando dados do ICESat, que colheu informações sobre a camada de gelo no Ártico nos últimos 18 anos, junto com dados dos satélites CryoSat-2 e ICESat-2, os cientistas descobriram que a camada gelada vem se reduzindo em grande velocidade.
Desde o lançamento do ICESat-2 em 2018, a camada de gelo plurianual na região reduziu cerca de 16% de seu volume, algo em torno de meio metro de altura. Já segundo as informações de quase duas décadas do ICESat, o Ártico perdeu quase 6 mil quilômetros cúbicos 一 aproximadamente um terço do valor total de gelo plurianual, a camada mais antiga e espessa que existe.
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Um outro dado que alarmou os cientistas foi a descoberta de que a camada de gelo atual é mais fina do que estimativas anteriores. Isso porque o gelo sazonal marinho está tomando o lugar do gelo plurianual, que está sumindo aos poucos. Essa troca é preocupante, pois o gelo sazonal é mais novo e, portanto, mais fino, derretendo totalmente no verão. Já o gelo plurianual é mais espesso por ser um acúmulo de volume ao longo dos anos. Sendo assim, o plurianual é mais difícil derreter.
Se a camada mais espessa continuar se perder e a mais fina tomar seu lugar, é muito provável que a espessura e volume de todo Ártico diminua rapidamente. De acordo com Kacimi, não demorará para que essa previsão se torne uma realidade. “Os modelos atuais preveem que em meados do século podemos esperar verões sem gelo no Ártico, quando o gelo mais antigo, espesso o suficiente para sobreviver à estação do degelo, se for”, comenta Kacimi.
Fonte: Galileu