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Dezenas de familiares de desaparecidos protestaram nesta segunda-feira (30) em frente ao palácio presidencial do México exigindo que o Estado busque mais de 90 mil pessoas cujos paradeiros seguem inexplicados, no marco do Dia Internacional das Vítimas de Desaparecimentos Forçados.
Os manifestantes, agrupados no Movimento Nacional pelos Nossos Desaparecidos do México (MNDM), que reúne mais de 70 coletivos de famílias de vítimas, colocaram faixas nas cercas que protegem o Palácio Nacional com a mensagem “Estamos procurando. Onde está o Estado?”.
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No chão, também colocaram um banner com a questão “+90.000, onde estão?”
“Estamos aqui porque é um dia que não deve passar despercebido”, disse à AFP María Teresa Valadez, de 39 anos, que busca seu irmão Fernando, que não é localizado desde agosto de 2015, no estado de Sonora.
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“Como é que o governo continua a se preocupar com outras coisas, mas não com a situação de desaparecimento forçado no país?”, lamentou.
Valadez explicou que os manifestantes esperam ser recebidos pelo presidente Andrés Manuel López Obrador e o secretário de Governo, Adán Augusto López. Disse ainda estar decepcionada com a atuação do governo.
“Confiei em que algo seria feito no forense, nas buscas em vida. Tiraram orçamentos e nos limitaram a sair para procurar nossos desaparecidos em todo o país”, afirmou.
Anteriormente, o Escritório do México do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ONU-DH) instou as autoridades a fortalecerem as garantias dos direitos das pessoas desaparecidas e de suas famílias.
“É uma das mais terríveis violações dos direitos humanos (…) e como tal, requer uma resposta empenhada e coordenada das instituições”, disse a organização em nota.
A ONU-DH reconheceu o trabalho da Equipe de Coordenação do Mecanismo Extraordinário de Identificação Forense (MEIF), criado em março de 2020, para identificar milhares de restos mortais que se encontravam em valas comuns e serviços forenses.
Na semana passada, um relatório elaborado pelo MNDM revelou que no México existem 52.004 corpos não identificados em sepulturas e serviços forenses, uma “crise” agravada pela falta de pessoal, treinamento inadequado e baixos salários.
Em outubro de 2019, a Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) denunciou que havia mais de 30.000 corpos não identificados nos necrotérios do México.
O MNDM exigiu que o governo faça o cruzamento das bases de dados desses restos mortais com os de desaparecidos.
Fonte: Yahoo!