26 de novembro, 2024

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Entenda o que é a ‘depressão sorridente’ e como identificá-la

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“Estou sempre sorrindo, ninguém nunca vai me ver mal”. A frase foi dita pela estudante Eliza Ranieri, de 20 anos, diagnosticada há um ano com depressão atípica ou “sorridente”. A condição se popularizou quando o youtuber e comediante Whindersson Nunes declarou sofrer da doença. Pacientes acometidos por esta vertente da depressão conseguem demonstrar felicidade em situações cotidianas.

— O sujeito com depressão atípica vivencia situações positivas com maior intensidade que outras, mas retorna com a mesma potência ao humor deprimido — diz o psicólogo Ramon Terra.

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De acordo com o presidente da Associação Psiquiátrica da América Latina Antônio Geraldo da Silva, a depressão atípica é mascarada, pois a pessoa consegue se divertir em ocasiões sociais, tem a atuação laboral pouco prejudicada e, aparentemente, não tem motivo para estar deprimida.

— O paciente leva uma vida muito similar à de quem não apresenta o quadro depressivo, sendo mais complexa a identificação do prejuízo nos ambientes de trabalho, sociais e até mesmo em relacionamentos amorosos ou com filhos. Mas, as demonstrações de felicidade são consideradas superficiais e até mesmo falsas — argumenta.

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Segundo o último relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), nos últimos dez anos, o número de pessoas com depressão aumentou 18,4% — o que corresponde a 322 milhões de pessoas no mundo. Cerca de 17 milhões de brasileiros estão deprimidos, colocando o país na primeira colocação da América Latina. Segundo a OMS, esta será a doença mais incapacitante do planeta até 2020.

Eliza é acompanhada por um psiquiatra e faz tratamento com o uso de remédios. Hoje, considera estar com o quadro estável e encontra força na família e em amigos para seguir o tratamento.

— Eu vou passar por cima dessa doença — diz.

Eliza foi diagnosticada há um ano e faz tratamento com remédios e acompanhamento médico.
Eliza foi diagnosticada há um ano e faz tratamento com remédios e acompanhamento médico (Foto: Álbum pessoal)

Estilo de vida acelerado pode ser a causa

O ritmo de vida moderna é um dos fatores apontados por Antônio para o aumento dos episódios de depressão:

— A exposição ao estresse causado pelo trânsito, os tipos de relações de trabalho, o uso excessivo de redes sociais e o consumo exagerado de drogas estão diretamente relacionados para o desenvolvimento de doenças mentais.

Quando contou a seus seguidores que sofria de depressão sorridente, Whindersson disse se sentir angustiado todos os dias. “Algumas risadas, algumas brincadeiras e depois lá estou eu de novo com esse sentimento ruim”, contou por meio de seu Twitter.

Quando os sintomas começam a atrapalhar a vida da pessoa, é o momento para procurar ajuda profissional.

— Quando a ansiedade impede que a pessoa crie laços sociais, construa relações interpessoais e prejudica o trabalho, ela pode ser precursora de um quadro depressivo — diz Ramon Terra.

Sintomas

  • Oscilação de humor: A pessoa fica muito alegre, mas volta a se sentir triste com a mesma intensidade.
  • Sono excessivo: A tristeza e o esgotamento da mente fazem com que o corpo se sinta cansado, dando vontade de dormir ou de não levantar da cama.
  • Ganho de peso: Em contrapartida, o apetite do paciente aumenta e o ganho de peso é comum.
  • Sensibilidade a críticas: A pessoa sensível, se entristecendo facilmente diante de qualquer crítica.

Fonte: Extra

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