17 de novembro, 2024

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China lança Shenzhou-13, sua mais longa missão espacial tripulada

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Três astronautas, incluindo uma mulher, decolaram na madrugada deste sábado (sexta-feira à tarde no horário de Brasília) para a estação espacial chinesa em construção, onde ficarão seis meses, um tempo recorde para o gigante asiático, segundo imagens transmitidas pela televisão pública CCTV.

Um foguete Longa Marcha 2F lançou a espaçonave Shenzhou-13 às 00h23 (13h23 de sexta-feira no horário de Brasília) do centro de lançamento de Jiuquan, no deserto de Gobi (noroeste).

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Após o lançamento, a agência espacial chinesa responsável pelos voos tripulados, conhecida pela sigla CMSA, disse que a operação tinha sido um sucesso e que os membros da tripulação estavam bem, segundo a agencia oficial Xinhua.

A cerca de entre 350 e 400 quilômetros de altitude, os três astronautas permanecerão no módulo Tianhe (“Harmonia Celestial”), o único já em órbita dos três que formarão a estação espacial.

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Sua missão será continuar a construção, verificar o equipamento e conduzir alguns experimentos científicos. Eles também farão duas ou três saídas no espaço.

Assim, dobrarão o recorde de duração de uma missão tripulada chinesa, estabelecido em setembro pelos astronautas da Shenzhou-12, que passaram três meses no módulo Tianhe.

“O motivo desta estada prolongada é adquirir experiência em missões de longa duração”, explicou à AFP Erik Seedhouse, professor especializado em operações espaciais da universidade de aeronáutica Embry-Riddle, nos Estados Unidos.

“A principal dificuldade para os astronautas será manter a massa muscular e reduzir a perda óssea” em um ambiente de gravidade zero, que debilita os organismos, acrescentou.

Tripulação da nave Shenzhou-13: Ye Guangfu, Wang Yaping e Zhai Zhigang (Foto: Divulgação)

Tecnologias bastante maduras

A tripulação de ‘taikonautas’ – termo usado para representar os astronautas chineses – é composta por dois homens: o general Zhai Zhigang (55 anos), o primeiro chinês a fazer uma saída extraveicular em 2008, e Ye Guangfu (41 anos), para quem será o seu primeiro voo. E uma mulher: Wang Yaping (41 anos), que já fez uma viagem espacial em 2013.

Ela ficou conhecida por ter dado uma aula de física ao vivo para 60 milhões de alunos em sua primeira viagem por meio de uma conexão de vídeo e fará novamente o mesmo durante a missão Shenzhou-13.

Também se tornará a primeira chinesa a fazer uma caminhada no espaço.

“A China não reinventará a roda” com a Shenzhou-13, opinou Chen Lan, analista do site GoTaikonauts.com, especializado no programa espacial chinês.

“Não será um grande desafio para a China porque suas tecnologias estão bastante maduras. Contudo, qualquer operação no espaço supõe, por essência, um desafio…”, acrescentou.

Esta é a quinta missão das 11 (tripuladas e não tripuladas) que serão necessárias para a construção da estação espacial chinesa, cuja conclusão está prevista para o fim de 2022.

A plataforma espacial foi batizada de Tiangong (“Palácio Celestial”) e será semelhante em tamanho à antiga estação Mir soviética (1986-2001). Ficará em funcionamento por pelo menos 10 anos.

Robôs e GPS

Os outros dois módulos da estação, denominados Mengtian e Wentian (laboratórios), serão lançados no próximo ano e se acoplarão a Tianhe. Eles permitirão a realização de experimentos em biotecnologia, medicina e astronomia.

A China decidiu construir uma estação depois que os americanos se recusaram a aceitar a participação dos chineses na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), que é fruto da cooperação entre Estados Unidos, Rússia, Canadá, Europa e Japão.

Nesse sentido, a CMSA reiterou nesta quinta-feira (14) que não haverá restrição aos astronautas estrangeiros para frequentar a plataforma Tiangong.

A China já investiu bilhões de dólares durante décadas para diminuir o seu atraso em relação a outras potências espaciais.

Em maio, o gigante asiático se tornou o segundo país do mundo, depois dos Estados Unidos, a colocar um pequeno robô na superfície de Marte.

A China também fez uma histórica alunissagem em 2019, ao posicionar uma sonda no lado escuro da superfície da Lua. No ano passado, trouxe amostras do satélite natural e finalizou o sistema de navegação Beidou, que compete com o GPS americano. Ontem, colocou na órbita o seu primeiro satélite para observar o Sol.

Em um prazo mais longo, Pequim planeja enviar pessoas à Lua e construir uma base no satélite natural em conjunto com a Rússia.

Fonte: Yahoo!

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