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Quando se perde alguém amado não se deve chorar…. quem, algum dia, pensou ou defende essa ideia, de fato, precisa permitir-se sentir todas as emoções que o amor desperta, não represar sentimentos, nem ter receio de expressar pesar, dor, afeto. Aliás, é importante expressá-los em plenitude.
Já imaginaram o que deve pensar aquele que acabou de morrer, vendo aqueles que nesse mundo deixou, reunidos ao lado de sua urna, sem expressarem sentimento algum. Diante de tal cena, perguntaria certamente o falecido: “afinal quem morreu? Eu?”
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Independentemente do credo religioso que se tenha, respeitar os rituais de passagem, cultivar o luto é uma forma de melhor compreender e ajudar àqueles que realizam “a travessia”. Os que não estão mais corporeamente entre nós e os que aqui ficam, pois todos, inexoravelmente, fazem uma travessia no momento da morte.
Chore coração, mas não quebre, porque nele se guardará todas as lembranças de quem se amou. Chore sem medo nem vergonha, porque haverá o momento em que suas lágrimas irão purificar seus pensamentos e elucidar o grande segredo da existência… todos fecharemos nossos ciclos de vida-morte-vida.
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O sábio Mulá Nasrudim, personagem do folclore oriental, refere que o coração apaixonado foge do amor receoso de um dia morrer da mesma paixão pelo que vive. Penso que não devemos ter medo de sofrer de amor, o pesadelo é viver sem ter nos braços, nem que seja por um segundo, a benquerança de alguém.
Não prantear a morte não nos faz fortes, apenas seres que perderam uma chance de se humanizar plenamente.
Permitir que nosso coração chore, impedindo que ele se torne duro, insensível e frio a ponto de se quebrar em vida nos ajuda nas chegadas e despedidas dessa vida.
Chore coração, mas nunca quebre.
* Lourival Panhozzi é empresário, Diretor Funerário – Pres. Abredif/Sefesp -, Diretor do CTAF, Sistema Prever e Solucard.
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