27 de dezembro, 2024

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Vídeo de marido mostrando cabeça de esposa decapitada gera indignação no Irã

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Um vídeo de um homem mostrando na rua a cabeça de sua jovem esposa que ele havia acabado de decapitar causou choque e indignação no Irã nesta terça-feira (8).

Suspeita de adultério, Mona Heidari, de 17 anos, foi assassinada no domingo (6) pelo marido e pelo cunhado dele, em Ahvaz, capital da província do Khuzestan, no sudoeste do país, de acordo com informações da agência ISNA (agência de Notícias dos Estudantes Iranianos).

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O vídeo do marido desfilando na rua sorrindo com a cabeça de sua vítima apareceu, logo depois, na rede iraniana, chocando o país. Os dois homens foram detidos pela polícia nesta segunda-feira “durante uma incursão no seu esconderijo”, anunciou a polícia local, citada pela agência oficial IRNA (Agência de Notícias oficial da República Islâmica).

“Um ser humano foi decapitado, sua cabeça foi exibida nas ruas e o assassino se orgulhava disso. Como podemos aceitar tamanha tragédia? Devemos agir para que os feminicídios não voltem a acontecer”, afirmou o jornal reformista “Sazandegi”.

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“Mona foi vítima de uma ignorância devastadora, todos nós somos responsáveis ​​por esse crime”, protestou a cineasta feminista Tahmineh Milani, em sua conta no Instagram, depois que o vídeo se tornou viral.

A jovem Mona Heidari, de 17 anos, foi decapitada pelo marido, que chegou a se filmar com a cabeça da jovem na mão, chocando a sociedade iraniana (Foto: Reprodução/Twitter/Farzad Seifikaran/RFI)

Casamento infantil

Reagindo à tragédia, vários defensores de direitos humanos instaram as autoridades a reformarem a lei de proteção das mulheres contra a violência doméstica e a aumentarem a idade mínima para o casamento das meninas iranianas, atualmente fixada em 13 anos.

Segundo a mídia local, a vítima tinha apenas 12 anos quando se casou. Ela deixou um filho de 3 anos.

Para o advogado Ali Mojtahedzadeh, citado pelo jornal reformista “Shargh”, a lei tem “lacunas” no que diz respeito à proteção das mulheres. Não lhes concede independência e falha em “determinar racionalmente a idade legal do casamento para acabar com o casamento infantil”. Tudo isso “abre caminho para facilitar os assassinatos”, lamenta.

“Não há medidas concretas para garantir a aplicação de leis que visam prevenir a violência contra as mulheres”, reforçou a deputada Elham Nadaf.

“As mulheres pedem ao Parlamento que tome medidas urgentes para fechar algumas brechas legais e as autoridades devem se esforçar ao mesmo tempo para aumentar o nível de consciência da população”, declarou no Twitter o vice-presidente iraniano encarregado de Mulheres e Assuntos, Ensieh Khazali.

Fonte: Yahoo!

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