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Mais de sete décadas separam o abraço fraterno entre o americano Martin Adler e os irmãos italianos Bruno, Mafalda e Giuliana Naldi da foto em preto e branco que Martin guardou em sua casa como um tesouro de guerra.
No fim de agosto, aos 97 anos, o ex-soldado Martin Adler viajou até Bolonha, norte da Itália, para finalmente realizar o desejo de reencontrar os irmãos italianos que ele salvou durante a Segunda Guerra Mundial.
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O reencontro histórico foi possível graças à filha de Adler. Decidida a ajudar o pai em seu desejo antigo, ela postou a foto nas redes sociais e contou aquela história. Um jornalista italiano encontrou a publicação, se interessou por ela e topou ajudar.
Especializado em segunda guerra, o jornalista conseguiu identificar o regimento e a localização de Martin na época por um detalhe na foto. Assim, encontrou os irmãos Naldi e colocou os quatro em contato.
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1944, uma quase tragédia
Era outubro de 1944, na cidade de Cassano di Monterenzio, ao sul de Bolonha, quando os países aliados (Estados Unidos, França, Inglaterra e União Soviética) faziam uma ofensiva na região. Os soldados realizavam uma busca de porta em porta atrás de militares alemães.
Eles andavam cautelosos quando viram um objeto que parecia uma caçamba coberta se mover. Imediatamente, se prepararam para atirar contra ela, pensando se tratar de algum alemão escondido.
Os dois soldados estavam com as armas apontadas quando uma mulher desesperada surgiu e se colocou à frente deles. Ela chorava e gritava “bambini, bambini, bambini”, que significa crianças em italiano.
Duas meninas e um menino pularam, assustados, de dentro do esconderijo. Era, na verdade, um berço protegido com vime pela mãe quando viu a ação dos militares.
‘A verdadeira heroína’
Adler, então, baixou a arma e orientou que o colega fizesse o mesmo. Em seguida, tirou a foto com as crianças e o momento ficou imortalizado. Na foto antiga, ele aparece sorridente ao lado dos três, vestidos impecavelmente. A mesma alegria era registrada agora. “Olhem o meu sorriso”, disse, empolgado.
O veterano diz que a mãe destemida é a verdadeira heroína da história. “Você consegue imaginar se jogando na frente de uma arma e gritando com soldados?”, disse ele em entrevista à Associtaed Press.
Em meio às memórias aterrorizantes da guerra, aquelas três crianças foram algumas das poucas boas lembranças que o veterano guardou desse tempo. E essa lembrança o ajudou durante as crises e pesadelos causados pelos traumas.
Giuliana Naldi, a mais nova dos irmãos, se recorda do momento. Ela lembra de ter subido e visto que eles sorriam de alívio por não terem atirado, mas era tão pequena que não se deu conta, no dia, do perigo que correu.
Giuliana, no entanto, guarda uma memória gostosa: os chocolates que recebeu dos soldados depois do susto.
Fonte: Yahoo!