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Ao menos 227 pessoas morreram no Haiti após o terremoto de magnitude 7,2 registrado neste sábado (14), segundo um balanço preliminar divulgado pela defesa civil do país. As cidades de Cayes e Jérémie, no sudoeste da ilha, foram as mais afetadas pelo tremor.
O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, decretou estado de emergência por 30 dias. Henry lamentou as mortes e disse, em nota, que já mobilizou recursos do governo para dar apoio às vítimas.
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“Meus sentimentos aos parentes das vítimas deste sismo que gerou tantas perdas de vidas humanas e materiais em vários departamentos [equivalente a estados] do país”, escreveu Henry.
“Faço um apelo ao espírito de solidariedade e compromisso de todos os haitianos, a fim de nos unirmos para enfrentar esta situação dramática que vivemos”, seguiu o mandatário. “A união faz a força.”
O forte tremor pôde ser sentido também na República Dominicana, Cuba e Jamaica, informou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, da sigla em inglês).
Segundo a agência americana, não há mais riscos de tsunami na região. Mais cedo, as autoridades chegaram a emitir um alerta para maremotos, mas foi retirado.
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O presidente norte-americano, Joe Biden, autorizou ajuda imediata ao Haiti e designou para a função Samantha Power, diretora da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, na sigla em inglês).
O epicentro do terremoto foi identificado a 8 km da cidade de Petit Trou de Nippes (no oeste da ilha), a cerca de 150 km da capital Porto Príncipe, e a uma profundidade de 10 km.
Imagens que circulam em redes sociais mostram prédios, fachadas e marquises caídas em partes do país. Há relatos de destruição em ao menos duas cidades.
aftermath of the 7.2 magnitude earthquake in Haiti ?? ?? pic.twitter.com/080yX6P9FJ
— ?CARIBBEAN CULTURE ⓦ?〽️ (@westindimade) August 14, 2021
O país ainda tenta se recuperar do terremoto magnitude 7,0 que ocorreu na região da capital há 11 anos, deixando mais de 200 mil mortos e vários prédios destruídos.
Crise política e humanitária
O terremoto atinge o Haiti em um momento de forte crise política, que é anterior até mesmo à morte do presidente Jovenel Moïse em julho deste ano.
Moïse dissolveu o Parlamento e governava por decreto há mais de um ano, após o país não conseguir realizar eleições legislativas, e queria promover uma polêmica reforma constitucional.
Após o assassinato do presidente por um grupo de mercenários, um governo interino assumiu o controle do país até a realização de novas eleições.
A nação mais pobre das Américas tem um longo histórico de ditaduras e golpes de Estado.
Nos últimos meses, o Haiti enfrentava também uma crescente crise humanitária, com escassez de alimentos e aumento nas taxas de violência.
O PIB per capita do país é de US$ 1,6 mil por ano (cerca de R$ 8,5 mil), e cerca de 60% da população vive com menos de US$ 2 por dia (pouco mais de R$ 10).
O Haiti tem 11,3 milhões de habitantes, faz fronteira com a República Dominicana na ilha Hispaniola, no Caribe, e tem um dos menores IDHs (Índice de Desenvolvimento Humano) do mundo: 0,51.
Colonizado em 1492, após a chegada de Cristóvão Colombo à América, o Haiti foi o primeiro país do continente a conquistar a sua independência e a primeira república a ser liderada por negros, quando derrubou o domínio francês no começo do século XIX.
Tempestade se aproxima
As equipes de resgate devem correr contra o tempo por conta da aproximação da tempestade tropical Grace que deve tocar a ilha Hispaniola na segunda-feira (16).
A Agência Americana Oceânica e Atmosférica (NOAA, da sigla em inglês), prevê que a rota da tempestade passe pelo leste da ilha e há alerta de fortes ventos e chuvas para o Haiti.
Fonte: Yahoo!