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O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu novamente nesta quinta-feira (13) que os Estados Unidos e o Banco Mundial descongelem os fundos afegãos desde a ascensão ao poder dos talibãs pois, caso contrário, “o pesadelo que ocorre no Afeganistão” só fará aumentar.
“As regras e condições que impedem que se use o dinheiro para salvar vidas e a economia devem ser suspensas nesta situação de emergência”, defendeu.
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“Os Estados Unidos têm um papel muito importante a cumprir, já que a maior parte do sistema financeiro mundial funciona em dólares”, disse o chefe da ONU em um encontro com jornalistas, organizado dois dias depois de um chamado da organização para arrecadar mais de 5 bilhões de dólares para ajudar o povo afegão.
“Existe um volume importante de fundos, que estão congelados nos Estados Unidos e em outros países do mundo”, acrescentou Guterres.
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Nos últimos meses, foram desbloqueados fundos, mas “devemos fazer ainda mais para injetar rapidamente liquidez na economia e evitar um desmoronamento que levaria milhões de pessoas à pobreza, à fome e à indigência”, disse, citando o Banco Mundial.
No mês passado, a instituição arrecadou 280 milhões de dólares em um fundo dedicado ao Afeganistão para transferi-los ao Unicef e ao Programa Mundial de Alimentos, que operam no país, lembrou Guterres.
“Espero que os recursos restantes – mais de 1,2 bilhão de dólares – sejam desbloqueados para ajudar o povo afegão a sobreviver ao inverno”, disse.
Os talibãs também enfrentam a retenção pelos Estados Unidos de 9,5 bilhões de dólares das reservas do Banco Central afegão, o que equivale à metade do PIB do país em 2020.
Até agora, Washington fez ouvidos moucos às demandas dos islamitas, que pedem a liberação destes fundos para relançar a economia e lutar contra a fome que, segundo a ONU, ameaça 23 milhões de afegãos, 55% da população.
O chefe da ONU destacou que seu chamado está acompanhado de uma “demanda urgente aos dirigentes talibãs para que reconheçam e protejam os direitos humanos fundamentais das mulheres e das meninas”.
“Nenhum país pode prosperar negando os direitos à metade da população”, lembrou.
“As operações humanitárias precisam desesperadamente de dinheiro e mais flexibilidade. As temperaturas glaciais e os ativos congelados são uma combinação letal para o povo afegão”, alertou.
Segundo ele, ajudar o país a funcionar “dará esperança aos afegãos sobre o futuro e uma razão de permanecer em seu país”.
Fonte: Yahoo!