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A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) recebeu autorização do Ministério da Agricultura para produzir adubo a partir do lodo gerado no tratamento do esgoto em Botucatu. Chamado de Sabesfértil, o fertilizante é uma solução que traz benefícios para o meio ambiente e para os agricultores ao transformar um resíduo que seria descartado em aterro sanitário em um novo produto para o plantio.
O produto final será comercializado como adubo natural. A produção ocorrerá inicialmente na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Lageado, em Botucatu, e o fertilizante orgânico poderá ser aplicado por fazendeiros em diversos cultivos, como cana-de-açúcar, café, maçã, laranja, milho, soja. Só há restrições para cultivos em áreas inundadas, pastagens e plantas cuja parte comestível tenha contato direto com o solo, como hortaliças, tubérculos e raízes.
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Segundo a Sabesp, uma das principais preocupações do tratamento de esgoto é o destino adequado do lodo gerado no processo. Em geral, ele é levado para aterros sanitários. Porém, essa alternativa apresenta alto custo com transporte e disposição, já que os aterros disponíveis, muitas vezes, encontram-se distantes das estações de tratamento. No caso de Botucatu, o material era transportado de caminhão até Paulínia, que fica a 150 km de distância.
A companhia ressalta que, além da questão da economia, o Sabesfértil traz uma série de benefícios para o meio ambiente. “O Sabesfértil tem alto teor de matéria orgânica, que já vem do próprio esgoto doméstico, especialmente nitrogênio e fósforo. Isso melhora as características físico-químicas do solo, como capacidade de retenção de água e a retenção de nutrientes”, explica.
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“Para o produtor rural, a utilização do lodo de esgoto pode significar também uma redução de custos, já que ele poderá usar menos fertilizantes sintéticos, além de obter aumento de receita por causa do ganho de produtividade nas lavouras”.
ESTUDO
O estudo que levou à criação do Sabesfértil começou no final de 2014, em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Ao lado da ETE, foi implantada uma estufa de secagem e compostagem do lodo para transformação em adubo.
O produto gerado passou por pesquisas na Fazenda Experimental da Unesp, sob coordenação da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA), com resultados muito positivos. Com base nos testes, o Ministério da Agricultura concedeu o registro de estabelecimento produtor de fertilizante à ETE Lageado.
Com capacidade para processar até 25 toneladas de lodo por dia, o sistema de secagem e compostagem desenvolvido pela Sabesp e pela Unesp tem baixo consumo energético. Todo o processo de produção do novo composto orgânico passou por análises e estudos técnicos e o fertilizante final está enquadrado nos padrões exigidos pelos órgãos reguladores.
Foram investidos mais de R$ 800 mil para a implantação dessa tecnologia. Agora que dispõe do registro no Ministério da Agricultura para a produção do Sabesfértil, a companhia vai definir como será feita a comercialização do fertilizante aos agricultores.
Fonte: Jcnet