Anúncios
O funeral da falecida juíza da Suprema Corte dos Estados Unidos e ícone feminista, Ruth Bader Ginsburg, ocorre nesta sexta-feira (25) no Capitólio de Washington, onde mais uma vez fez história ao se tornar a primeira mulher e a primeira judia a receber uma homenagem com honras de estado no local.
Coberto com a bandeira americana, o caixão da juíza que morreu há uma semana foi transportado da Suprema Corte para a Rotunda do Capitólio, onde a nação se despede de cidadãos proeminentes.
Anúncios
No local, estiveram presentes parentes de Ginsburg, legisladores e outras personalidades, incluindo o candidato democrata à Casa Branca, Joe Biden, acompanhado de sua esposa, Jill, e sua companheira de chapa para a presidência, Kamala Harris.
Depois de uma breve cerimônia, os participantes, a maioria usando máscaras por causa da pandemia da covid-19, colocaram as mãos nos corações enquanto um guarda de honra colocava o caixão em um suporte de madeira coberto com uma fita preta.
Anúncios
Essa estrutura, conhecida como catafalco, é a mesma que guardou os restos mortais do presidente Abraham Lincoln após seu assassinato em 1865.
Ginsburg, que morreu em 18 de setembro aos 87 anos, foi apenas a segunda mulher a atuar na Suprema Corte dos Estados Unidos, e ficou famosa por sua luta feroz contra a discriminação.
“Que ela descanse em paz”, disse a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, líder dos democratas no Congresso, antes de se aproximar do caixão de Ginsburg e fazer o sinal da cruz.
A maioria dos deputados presentes eram mulheres democratas, embora alguns republicanos também tenham prestado condolências, incluindo o número dois no Congresso, o republicano Steve Scalise.
Ginsburg, nascida no Brooklyn e filha de imigrantes judeus russos, também é a primeira pessoa dessa religião a ser homenageada em funeral no Capitólio.
A rabina Lauren Holtzblatt afirmou que a juíza, que morreu de câncer, “buscou justiça” todos os dias de sua vida, mesmo quando estava doente, e destacou sua “persistência tenaz”.
Uma soprano americana acompanhada por um pianista participou da cerimônia em homenagem à Ginsburg, grande amante da ópera.
A cerimônia foi realizada no histórico Statues Hall, onde a icônica ativista dos direitos civis Rosa Parks, também foi homenageada no Capitólio após sua morte em 2005, mas não com a pompa de Ginsburg. Na ocasião, Parks teve um funeral de honra, não de estado.
Três flexões em frente ao caixão
Neste cenário solene, uma cena curiosa surpreendeu a todos.
Em frente ao caixão, um homem de repente se abaixou e fez três flexões. Era Bryant Johnson, o personal trainer da juíza, que era uma mulher pequena com menos de um metro e meio de altura, mas com grande energia.
“Eu faço 10 (flexões), depois respiro e depois faço mais 10”, contou Ginsburg, em 2016, sobre sua rotina de exercícios.
O treinador chegou a publicar um livro de exercícios de ginástica sobre o método “RBG”, iniciais pelas quais se conhece a magistrada, que se tornou uma figura popular nos últimos anos.
Estiveram ausentes os líderes republicanos, respectivamente, do Senado, Mitch McConnell, e da Câmara, Kevin McCarthy.
No final da cerimônia, deputados republicanos e democratas, no entanto, se reuniram nas escadas do Capitólio para prestar uma homenagem final a Ginsburg, em um raro sinal de unidade após a feroz batalha política desencadeada por sua morte.
Em meio a vaias, o presidente Donald Trump fez na quinta-feira um minuto de silêncio diante dos restos mortais da juíza progressista, que estavam desde a quarta na entrada da Suprema Corte.
O presidente republicano já disse que não perderá tempo na sucessão: na tarde de sábado anunciará quem indicará para o cargo.
Com maioria republicana no Senado, a confirmação da nomeação será mera formalidade. A Suprema Corte teria ao todo, portanto, seis juízes conservadores entre os nove ministros, algo que pode mudar profundamente a sociedade americana.
Ruth Bader Ginsburg será enterrada em uma cerimônia privada na próxima semana no Cemitério Nacional de Arlington nos arredores de Washington.
Fonte: Yahoo!