24 de novembro, 2024

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Quase 40% da água potável no Brasil é desperdiçada, diz estudo

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O Brasil desperdiça 39,2% de toda a água potável que é captada. Isso significa que a água não chega ao seu destino final: as residências dos brasileiros. Essa quantidade desperdiçada seria suficiente para abastecer mais de 63 milhões de brasileiros em um ano.

As informações são de um estudo inédito do Instituto Trata Brasil, feito a partir de dados públicos do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) de 2019.

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Desde 2015, o Brasil registra piora em relação à perda de água. De 2015 para 2019, houve um aumento de 2,5 pontos percentuais na quantidade de água potável que é desperdiçada. As regiões que registram as maiores perdas são Norte (55,2%) e Nordeste (45,7%). Em seguida, estão Sul (37,5%), Sudeste (36,1%) e Centro-Oeste (34,4%).

Evolução do índice de perda de água — Foto: Economia G1

Rankings

São 15 os estados brasileiros que têm um desperdício de água maior do que a média do país, de 39,2%. As unidades federativas que registram maior desperdício de água potável são Amapá (74% de água desperdiçada), Amazonas (68%) e Roraima (65%).

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Entre as grandes cidades, os destaques negativos no Índice de Perdas na Distribuição são Porto Velho (RO), com 84% de desperdício, Macapá (AP), com 74%, e Manaus (AM), com 72%. Na outra ponta, as cidades que se destacam positivamente são Santos (SP) e Limeira (SP), com apenas 12% de desperdício, e Blumenau (SC), com pouco mais de 16%.

Em um ranking que compara o desperdício entre dez países da América Latina, o Brasil ocupa a 5ª posição. Apesar de ficar na metade da lista, o desperdício brasileiro – que é de 40% quando se utiliza a métrica para comparar países – fica mais próximo do valor do país com pior avaliação, que é a Colômbia com 46%, do que do melhor ranqueado (o Chile, com 31%).

Água desperdiçada em 2019 na América Latina — Foto: Economia G1

O presidente executivo do Trata Brasil, Édison Carlos, acredita que o desperdício de água, em momentos de pandemia e pouca chuva, cobra um preço alto à sociedade.

“O Trata Brasil já há alguns anos estuda a situação das perdas de água potável e estamos cada vez mais preocupados, pois os números só pioram. Ao não atacar o problema, as empresas operadoras de água e esgotos precisam buscar mais água na natureza, não para atender mais pessoas, mas para compensar a ineficiência”, afirma.

A análise feita pelo Instituto Trata Brasil ainda estima que se o país reduzisse as perdas de água poderia ter um benefício líquido de mais de R$ 27 milhões em 15 anos — até 2034.

Para a diretora de relações institucionais e governamentais da Associação Brasileira dos Fabricantes de Materiais para Saneamento (Asfasmas), Luana Siewert Pretto, a solução para o problema envolve diversos setores.

“Passa por ações melhor estruturadas e maior eficiência dos sistemas de saneamento, conjuntamente a um combate mais efetivo aos furtos de água. Também é fundamental investir em materiais de qualidade, que suportem as exigências técnicas das redes de água com mais robustez e eficiência, garantindo menos vazamentos e melhor aproveitamento dos recursos hídricos”, diz ela.

Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Regional apontou que as as metas do novo Marco Legal do Saneamento são exatamente alcançar a universalização do atendimento de 99% da população com água potável e de 90% com coleta e tratamento de esgotos até 31 de dezembro de 2033, assim como, metas quantitativas de não interrupção do abastecimento, redução de perdas e de melhoria dos processos de tratamento.

“Desde a sanção, foram realizados quatro leilões para concessões de serviços de saneamento com as regras da nova legislação. Há outros 14 projetos em elaboração”, diz a nota.

Fonte: G1

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