07 maio, 2024

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Policial militar de folga atira da sacada de casa e mata jovem de 20 anos

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Uma jovem de 20 anos foi assassinada por um policial militar de folga em Poá na madrugada desta segunda-feira (2). O namorado dela, de 19 anos, também foi baleado e sobreviveu. O PM, de 21 anos, que trabalha em São Paulo, contou para a polícia que estava sendo ameaçado desde que uma operação foi feita perto de sua casa. Ele atirou da sacada do imóvel, no Jardim Madre Angela, na direção do casal, que estava em uma moto. Brenda Lima de Oliveira foi atingida no peito e morreu na hora.

De acordo com o relato à polícia, horas após uma bomba ter sido jogada em sua sacada, ele ouviu barulho de motocicleta, foi até a sacada, e disse que disparou quando a jovem que estava na carona fez um movimento brusco com as mãos. O casal não tinha passagens pela polícia e nenhuma arma foi localizada com os dois.

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Como o policial pediu para populares chamarem socorro e se apresentou na delegacia, entregando sua arma, ele foi liberado pela Polícia Civil para responder em liberdade. A reportagem tenta contato com o advogado do policial e aguarda uma posição da Polícia Militar.

A tia de Brenda, a berçarista Geilza Maria de Lima Silva, contou que a sobrinha mora em Guarulhos, mas vinha para a casa da avó aos fins de semana para encontrar o namorado, que trabalha em uma empresa de bijouterias e, aos fins de semana, é entregador de pizza. Os dois tinham ido comprar um lanche e, na volta, entraram na rua do policial para ver uma casa que queriam alugar para morar juntos.

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“Ele queria mostrar a casa que ele já tinha visto. Esse infeliz, eu não sei de onde ele tirou essa ideia, de que os dois tinham ameaçado ele. Como acha que foi eles da varanda de uma casa? Por que não desceu e não abordou a moto? Ele não estava nem de serviço. Ele estava na varanda, ouviu barulho de moto. Falou que achava que era o casal que estava ameaçando”, desabafa a tia.

Quando a Polícia Militar chegou ao local, encontrou a jovem caída já sem vida e o namorado tentando socorrê-la. Ele tinha um ferimento nas costas e disse para a PM que não viu nada e só soube que algo havia acontecido porque a namorada começou a apertar seu braço.

O rapaz foi encaminhado ao Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos, onde ficou em observação e depois recebeu alta. Segundo a família de Brenda, ele está com uma bala alojada no corpo.

O caso foi registrado como homicídio na Delegacia de Poá, onde o policial militar se apresentou.

Ameaças

Segundo o boletim de ocorrência, o PM contou que ficou sabendo de uma operação num conjunto de prédios chamado “Esmeralda”, que fica perto de sua casa, da qual não participou. Ele disse, porém, ter ficado sabendo que várias pessoas foram presas.

De acordo com o policial, uma moto de cor que não se lembra começou a passar pela sua rua direto e, em algumas ocasiões, um casal ficava sentado observando de um banco na frente da casa.

Na manhã de domingo, ele chamou a Polícia Militar. Duas motos da PM estiveram no local e abordaram o casal, que saiu do local. Ele afirmou que não teve contato depois para saber como foi a abordagem.

O policial afirma que à tarde saiu e ouviu gritos de “vai morrer policial cagueta”. Quando saiu para ver quem era, ele disse que não viu ninguém. O PM foi até a casa da namorada e, quando voltou para casa por volta das 21h de domingo passou a arrumar as roupas para trabalhar no dia seguinte. Quase às 22h ouviu o barulho de uma bomba que caiu na sua sacada.

O PM disse ter visto pelas imagens do circuito de monitoramento da sua casa uma pessoa jogando o objeto. Ele ligou novamente para o 190. Policiais se deslocaram para o local e passaram a fazer rondas para encontrar alguém com as mesmas características e, por isso, não tinham ido ainda registrar o caso na delegacia.

O policial relatou que ficou na sala, atento ao que acontecia na rua. Ele ouviu barulho de moto e foi olhar na sacada. De acordo com a PM, uma moto fazia o retorno no meio da rua e voltou sentido sua residência. “Neste momento, a garupa fez um movimento brusco com as mãos (não sabe informar exatamente qual foi o movimento), para se resguardar efetuou disparos no sentido da motocicleta”, informou, segundo relato no boletim de ocorrência. Ainda de acordo com o documento, o policial não soube informar quantos disparos fez porque estava nervoso.

O policial relatou que logo em seguida foi até a rua e viu os dois no chão e que pediu para populares chamarem o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e a polícia.

Na delegacia, a Polícia Civil pediu informações sobre o casal que foi abordado durante a manhã de domingo na frente da casa e “os dados daquelas pessoas não correspondem aos das vítimas desta ocorrência.”

A perícia esteve no local e fez fotos, inclusive da casa do PM onde estavam fragmentos de bomba.

O namorado estava no hospital e, por isso, não foi ouvido durante o registro da ocorrência.

A delegada Wanessa Miranda Ferreira, que registrou o caso, afirmou que “não há dúvidas de autoria e legitimidade, mas não é possível afirmar se agiu em legítima defesa.” Como o policial pediu que chamassem socorro para as vítimas, se apresentou à polícia e entregou a arma, ele vai responder em liberdade.

A delegada ainda afirmou que viu as imagens que mostram a bomba sendo jogada e que aparece “uma pessoa aparentemente do sexo feminino colocando fogo em um objeto e disparando em direção à casa.” De acordo com o boletim de ocorrência, uma perita analisou e disse que “a vítima fatal aparenta ser a mesma pessoa que arremessou o objeto na residência.”

De acordo com a tia, a jovem tinha se formado e procurava emprego. Brenda morava em Guarulhos, mas ficava na casa da avó, no Jardim São José, aos fins de semana, para ver o namorado.

“Agora eu achei, não é para achar. Tem que ter certeza. Descer, abordar, perguntar o que está fazendo lá. Não de uma varanda, achar”, disse a tia.

Fonte: G1

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