26 abril, 2024

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Policiais civis forjavam provas para extorquir vítimas no interior de SP, diz MP

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Na primeira etapa da operação, policiais foram presos, além de armas e drogas apreendidas (Foto: Bruno Pellegrine/TV Vanguarda)

Prisões em flagrante forjadas, extorsão, tráfico de drogas, negociação de drogas com traficantes, falso testemunho e quebra de sigilo. Segundo o Ministério Público, todos estes crimes foram cometidos por policiais civis da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Taubaté, no interior de São Paulo.

Sete investigadores trabalhavam na delegacia quando começaram a ser investigados pelo Ministério Público em julho de 2015 na Operação Ouro Preto. Destes, cinco estão presos: sendo quatro há um mês e um na última sexta-feira. Dos dois restantes, um deles está foragido e outro responde em liberdade pelos crimes.

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O Grupo de Atuação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) monitorou os investigadores por seis meses, com escutas telefônicas e investigações que resultaram em um relatório com cerca de mil páginas. A conclusão é de que além de ter relacionamento com o tráfico, os policiais forjavam flagrantes envolvendo cidadãos comuns para fazer a extorsão.

Provas forjadas

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No caso da extorsão, o relatório aponta que os policiais monitoravam pessoas que tinham dinheiro em caixa, por conta de heranças recebidas, negócios bem sucedidos ou comércios vendidos. Nestas vítimas, os policiais plantavam drogas durante a abordagem. Se não pagassem o valor cobrado pelos policiais, eles eram presos por tráfico.

Três casos de extorsão estão relatados em detalhes no processo. Em todos, o Gaeco concluiu que os policiais da Dise plantaram as drogas, forjando o flagrante. Um dos casos foi de um homem que vendeu uma loja. Os policiais descobriram isso e foram extorquir o homem, dentro da casa dele.

Lá, um dos investigadores teria tirado porções de drogas do colete e lançado na sala, dizendo que as havia encontrado no sofá. A partir de então os policiais passaram a exigir R$ 20 mil para não prender o homem.

Uma destas apreensões chegoua ser divulgada pela própria polícia. Em julho de 2015, foram apreendidos três quilos de cocaína em uma casa no bairro Alto de São Pedro. O homem preso naquele dia, acusado de tráfico, ficou quatro meses na penitenciária e foi solto com base nas provas que o Gaeco conseguiu.

Relação com traficantes

A conclusão dos promotores foi destacada no relatório entregue à Justiça. “Policiais civis, da Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes possuem estreito envolvimento com traficantes de drogas e com o recebimento contínuo de valores – propina”, diz trecho do texto. Segundo os promotores, os valores variavam de R$ 5 mil a R$ 12 mil por mês para cada policial da Dise.

De acordo com o MP, o esquema funcionava da seguinte maneira: os policiais faziam apreensões de drogas em Taubaté para mostrar serviço, mas só de traficantes que não pagavam  mensalidade a eles. Quem pagava à polícia, não era preso e não tinha mercadoria apreendida.

A propina era paga rua da delegacia ou em um posto de combustíveis. As câmeras de segurança do estabelecimento comprovam as denúncias. As imagens, segundo o relatório, mostram um dos investigadores fornecendo munição de arma de fogo a um traficante.

Outro lado

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que a Dise está funcionando normalmente, mas não disse quantos investigadores estão trabalhando na unidade.

Entre os advogados responsáveis pela defesa, um deles respondeu que o caso está segredo de justiça. Outro afirmou que não tem autorização das famílias dos acusados para se pronunciar.

Fonte: G1

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