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A Polícia Civil de Lins (SP) foi acionada por uma denúncia anônima de caso de cárcere privado e encontrou, na semana passada, em uma casa do Bairro Pasetto, uma mulher de 45 anos que estaria “reclusa” no local há mais de 20 anos.
O caso foi divulgado nesta quinta-feira (16) pelo delegado João Pandolfi, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG). Segundo ele, diante da denúncia, a polícia conseguiu mandado de busca domiciliar e entrou na casa da família, formada por um casal e três filhos – dois homens e a mulher.
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Em depoimento aos policiais da DIG, a mulher, que estava lúcida e respondeu a todas as perguntas, alegou que não saía de sua casa há cerca de 20 anos ou mais “por vontade própria”. Os pais e irmãos também negaram que a impedissem de sair de casa.
Ainda segundo a polícia, não havia indícios de que a mulher estivesse trancada, pois a porta de seu quarto estava aberta e não foram constatados sinais de que ela estivesse ou tenha sido amarrada. Ninguém foi indiciado ou preso.
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Vizinhos que teriam feito a denúncia, e não quiseram se identificar, afirmaram que estranhavam o “sumiço” da moça há tantos anos. Quando questionados, os pais alegavam que ela havia se mudado para São Paulo, onde estaria morando com uma tia.
Outro fato que chamou a atenção dos investigadores é que a mulher possui apenas a certidão de nascimento e mais nenhum documento, tais como RG, CPF ou título de eleitor. Segundo o delegado João Pandolfi, é como se a mulher “não existisse” perante o Estado.
Como a mulher tinha um ferimento em uma das pernas e estava em precárias condições de higiene pessoal, a polícia registrou um boletim de ocorrência por maus-tratos.
Um inquérito policial para apuração do caso foi instaurado e encaminhado para a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Lins.
A polícia também acionou a prefeitura de Lins para providenciar uma equipe multidisciplinar das áreas da saúde e da assistência social para atender a mulher.
Essa equipe será a responsável por elaborar laudos médicos, nas áreas clínica e psiquiátrica, para ajudar nas investigações.
Fonte: G1