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A Polícia Federal de Bauru fez uma operação em Botucatu para apurar se um empresário da cidade participou de um esquema de desvio que frauda o pagamento de loterias da Caixa Econômica Federal.
O homem, que não teve o nome divulgado, foi levado ao Plantão Policial de Botucatu do Bairro Alto onde foi ouvido e liberado. Ele teria participado do recebimento do valor de 250 milhões de reais de um bilhete em que o prêmio não foi retirado pelo ganhador, e acabou desviado para ser sacado pelos suspeitos.
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A PF foi procurada ontem (10) para dar detalhes da participação desse empresário, mas nenhuma informação foi passada à reportagem do Agência14News. O que se sabe até agora, é que pessoas ligadas à grandes empresas entravam no esquema para fazer essas transações, sem chamar a atenção de uma significativa movimentação bancária.
A “Operação Desventura” tenta desarticular uma organização criminosa especializada em fraudar o pagamento de loterias da Caixa Econômica Federal por meio da validação fraudulenta de bilhetes de loteria. Os valores desviados podem atingir cifras milionárias.
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Os valores dos prêmios não sacados seriam destinados ao Fundo de Financiamento Estudantil (FIES). Em 2014, ganhadores de loteria deixaram de resgatar 270,5 milhões em prêmios da Mega-Sena, Loteca, Lotofácil, Lotogol, Quina, Lotomania, Dupla-sena e Timemania.
Aproximadamente 250 policiais federais cumpriram 54 mandados judiciais, sendo cinco de prisão preventiva, oito de prisão temporária, 22 conduções coercitivas e 19 de busca e apreensão, nos estados de Goiás, Bahia, São Paulo, Sergipe, Paraná e no Distrito Federal.
Como funcionava o esquema
Os investigadores constataram que o esquema criminoso contava com a ajuda de correntistas do banco, escolhidos por movimentarem grandes volumes financeiros e foram usados para recrutar gerentes da Caixa para serem utilizados na fraude. Dentre esses correntistas foi identificado, inclusive, um ex-jogador de futebol da seleção brasileira.
De posse de informações privilegiadas, a quadrilha contatava esses gerentes, que se encarregavam de viabilizar o recebimento do prêmio por meio de suas senhas, validando, de forma irregular, os bilhetes falsos.
Durante as investigações um integrante da quadrilha chegou a ser preso quando tentava aliciar um gerente para o saque de um bilhete de loteria no valor de 3 milhões de reais. Poucos dias depois de liberado pela polícia foi executado em condições que ainda estão sendo investigadas.
Durante a investigação foi possível identificar ainda a atuação de doleiro na organização criminosa, além da prática de outros delitos como fraude na utilização de financiamentos do BNDES e do Construcard, além de liberação irregular de gravame de veículos.
A investigação conta com o apoio do Setor de Segurança Bancária Nacional da Caixa Econômica Federal.
Os envolvidos responderão por organização criminosa, estelionato qualificado, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva, falsificação de documento público, evasão de divisas. (com Polícia Federal)
Fonte: Agência 14 News