23 abril, 2024

Últimas:

Polícia do DF diz que mãe suspeita de esquartejar filho de 9 anos queria ‘reduzir gastos’

Anúncios

A Polícia Civil do Distrito Federal acredita que a mãe que matou e esquartejou o próprio filho com a ajuda da companheira, em Samambaia, cometeu o crime “para diminuir gastos”. Segundo investigadores ouvidos pela reportagem, a decisão teria sido tomada depois que a pensão da filha de uma das mulheres foi suspensa pela Justiça.

De acordo com o inquérito, a mãe do menino, Rosana Auri da Silva Cândido, já planejava o crime. Mas o casal teria antecipado a ação na noite da última sexta-feira (31).

Anúncios

Segundo os policiais, antes de assassinar Rhuan Maycon, de 9 anos, elas foram a um caixa eletrônico para sacar o dinheiro do pagamento da pensão da filha de Kacyla Pryscila Santiago Damasceno Pessoa. Ao perceber que o recurso havia sido suspenso por determinação da Justiça, Rosana e Kacyla teriam “antecipado o plano para reduzir gastos”, afirma a polícia.

Além do menino assassinado a facadas, uma menina de 8 anos, filha de Kacyla morava com o casal. As duas mulheres deixaram o Acre em 2014, com os respectivos filhos.

Anúncios

Kacyla recebia pensão de cerca de R$ 1 mil do pai da criança, o servidor público Rodrigo Oliveira, que mora no Acre.

Nesta quarta (5), o delegado responsável pela investigação no DF, Guilherme Melo, viaja para Rio Branco (AC). Ele pretende conversar com parentes e pessoas que conheciam as duas mulheres.

A Polícia Civil acreana já ouviu o pai e o avô paterno de Rhuan. Os parentes maternos também deverão prestar depoimento.

Rosana e Kacyla deixaram o Acre em 2014

Em 2016, Justiça havia expedido mandado de busca para que menino assassinado no DF fosse devolvido ao pai, que tinha a guarda provisória  — Foto: Arquivo pessoal
Em 2016, Justiça havia expedido mandado de busca para que menino assassinado no DF fosse devolvido ao pai, que tinha a guarda provisória (Foto: Arquivo pessoal)

O delegado Cleylton Videira, de Rio Branco, disse que vai apurar as circunstâncias em que as duas crianças foram retiradas do estado. Segundo Videira, antes de Rosana e Kacyla deixarem a cidade com os filhos, em 2014, elas registraram um boletim de ocorrência contra o pai do menino assassinado.

O delegado disse que, na época, a polícia iniciou uma investigação. “A partir daquele momento, o pai da criança passou a ser investigado pela polícia, como possível agressor da autora do homicídio. Nesse intervalo de tempo, elas conseguiram fugir do estado do Acre”, afirmou.

Videira disse ainda que está repassando o que for apurado no Acre para a Polícia Civil do Distrito Federal.

“O objetivo é determinar o grau de participação de cada uma delas no cometimento do crime contra a criança.”

O crime

Mulheres suspeitas de matar e esquartejar menino de 9 anos no DF  — Foto: Divulgação PC/DF
Mulheres suspeitas de matar e esquartejar menino de 9 anos no DF (Foto: Divulgação PC/DF)

Rhuan Maycon, filho de Rosana, foi morto a facadas. Depois, o corpo foi esquartejado e colocado em uma mala.

A mãe levou a mala até um bueiro, perto de uma quadra de futebol, em Samambaia, durante a madrugada de sábado (1º). Um grupo de jovens que jogava futebol no local viu e, por volta de 1h30, chamou a polícia.

As duas mulheres foram presas em flagrante, em casa, na manhã de sábado. A menina de 8 anos, filha de Kacyla, foi levada para um abrigo.

No domingo (2), a Justiça converteu em preventiva a prisão das duas mulheres. Rosana, que tem 27 anos, e Kacyla, de 28 anos, permanecerão detidas por tempo indeterminado. A reportagem não conseguiu localizar a defesa delas.

Bueiro na QR 425 de Samambaia, onde mala com partes do corpo da criança foi deixado — Foto: TV Globo/Reprodução
Bueiro na QR 425 de Samambaia, onde mala com partes do corpo da criança foi deixado (Foto: TV Globo/Reprodução)

Cinco anos de buscas

O pai da menina de 8 anos, filha de Kacyla, veio para Brasília no domingo. Rodrigo Oliveira já viu a filha, mas ainda não recebeu autorização da Justiça para viajar com ela. A família mora em Rio Branco, no Acre.

Segundo o servidor público, a filha foi sequestrada pela mãe em dezembro de 2014. Kacyla e Rosana teriam viajado com as duas crianças sem a autorização dos pais.

Rodrigo disse que tinha um acordo com Kacyla, uma “espécie de guarda compartilhada”. Mas a mulher, segundo ele, foi embora com Rosana e levaram os filhos.

O pai revelou que entrou com um processo na Vara da Infância para tentar localizar a menina. Mas não conseguiu porque Kacyla e Rosana “estavam sempre trocando de cidade e estado”.

Segundo Rodrigo, a última vez em que viu fotografias da filha foi em 2017, em uma rede social. Ele explicou que fazia buscas constantes na internet, com a ajuda do avô paterno do menino assassinado.

“Foram cinco anos angustiantes. Foram anos de uma caça pelo paradeiro dela, que só teve fim com essa tragédia, infelizmente.”

Menino assassinado no DF tinha 4 anos quando saiu do Acre com a mãe, segundo avô — Foto: Arquivo da família
Menino assassinado no DF tinha 4 anos quando saiu do Acre com a mãe, segundo avô (Foto: Arquivo pessoal)

Maycon Douglas de Castro, pai de Rhuan Maycon, disse que tinha a guarda do filho, dada pela Justiça do Acre. Ele contou que se separou de Rosana pouco antes do bebê nascer, mas a mulher e a criança ficaram morando na casa do avô paterno, Francisco das Chagas.

A família informou que fez um boletim de ocorrência em Rio Branco, após o sumiço do garoto. O avô acrescentou que fez buscas em várias cidades para tentar encontrar o neto, sem sucesso.

O corpo de Rhuan Maycon foi liberado pelo Instituto Médico Legal (IML), do DF nesta terça-feira (4). A previsão que ele seja levado para Rio Branco, ainda nesta noite.

O coordenador do Núcleo da Cidadania da Defensoria Pública do Acre, defensor Celso Araújo Rodrigues, disse que o governo vai custear o traslado que foi orçado em pouco mais de R$ 4,4 mil. O sepultamento deve ocorrer na quarta (5).

Fonte: G1

Últimas

SuperFrete prioriza vagas 100% em trabalho remoto

SuperFrete prioriza vagas 100% em trabalho remoto

23/04/2024

Enquanto o mercado brasileiro vê uma redução nas ofertas de trabalho home office, a SuperFrete, startup...

Categorias