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A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Investigações Gerais, cumpriu nesta terça-feira (9) novos mandados de busca e apreensão na investigação da morte do funcionário de um motel em Marília (SP).
Armas foram apreendidas em endereços do coronel aposentado da PM, Dahubian Barbosa, que é dono do motel e está preso suspeito do crime que aconteceu no estabelecimento no dia 31 de outubro. Daniel Ricardo da Silva, que tinha 37 anos, foi morto a tiros quando chegava para trabalhar no motel.
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Segundo o delegado da DIG, Luís Marcelo Sampaio, em um outro motel de propriedade de Dahubian foram apreendidas pistolas e revólveres escondidos em uma laje.
Ainda segundo o delegado, algumas armas são raras e de uso restrito, inclusive do exército norte-americano. Todas as armas estavam sem documentação, mas segundo a polícia seriam do coronel aposentado da PM.
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Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos em uma fazendo onde Dahubian costumava caçar e lá foram apreendidas espingardas e a polícia vai investigar se são do suspeito. A polícia ainda esteve na casa do pai do coronel em Assis e em outros dois motéis em Ourinhos e Palmital, nesses endereços nada foi encontrado.
O material apreendido será analisado. A polícia ainda tenta localizar a arma usada no crime.
Tiro pelas costas e legítima defesa
O laudo necroscópico do corpo de Daniel apontou que ele foi atingido pelas costas. Segundo o delegado seccional Wilson Frazão, a polícia confirmou que os disparos foram realmente efetuados por Dhaubian.
O coronel se apresentou na delegacia no dia 3 de novembro e no dia seguinte teve a prisão temporária decretada. Ele alegou legítima defesa.
“As investigações começaram logo após o crime e ainda prosseguem, mas já sabemos que o laudo necroscópico indica que a vítima foi atingida por tiros pelas costas. Ainda temos mais laudos e exames periciais para receber, depoimentos para colher, e um prazo inicial de 30 dias para concluir o inquérito, que pode ser prorrogado por mais 30 dias”, explicou Frazão, durante a coletiva.
Ainda segundo a polícia, o crime teve motivação passional. “A motivação foi passional. A vítima mantinha um relacionamento com a esposa do oficial, o que ficou comprovado inclusive no depoimento dela, que também é policial militar”, afirma o delegado seccional.
Ainda segundo o delegado, o policial aposentado afirmou que descobriu o relacionamento e foi conversar com a vítima, que estaria armada e esboçou reação de sacar a arma, o que causou sua reação.
“A arma do crime ainda não foi localizada e o coronel alega que a deixou no local. Ao lado do corpo havia uma arma da PM, mas que é da esposa do suspeito, também policial militar. No entanto, nada indica que essa arma foi ou estivesse sendo utilizada pela vítima. Agora a gente trabalha para colher mais provas e identificar a arma usada no crime”, disse Frazão.
Um dia antes da apresentação do coronel, a equipe da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), responsável pelas apurações do caso, encontrou um arsenal na casa do suspeito. Diversas armas e munições foram apreendidas, entre elas um fuzil.
A defesa do coronel reforçou que ele compareceu espontaneamente à delegacia e que está cooperando com as investigações. Informou ainda que a princípio, vai aguardar a investigação e a apresentação das provas para depois entrar com um pedido de Habeas Corpus.
Cena do crime alterada
A Polícia Civil afirmou também que investiga uma possível alteração feita na cena do crime logo após os disparos. Segundo Frazão, essa alteração pode ter acontecido no intervalo de tempo entre o crime e a chegada da PM ao local.
“Pelas imagens que temos, o crime foi às 6h da manhã e a PM chegou às 8h. Nesse intervalo o local foi mexido, e dentre as alterações está a retirada da cena do crime de um celular, que depois foi localizado”, disse Frazão.
Segundo a Polícia Civil, o ajudante Daniel Ricardo da Silva foi baleado com três tiros quando chegava. Ele morava em um cômodo nos fundos do motel. Já o suspeito mora em propriedade rural ao lado do estabelecimento.
A DIG recolheu imagens do circuito de segurança do prédio. As imagens, que não foram divulgadas, devem ajudar com a apuração do caso.
Fonte: G1 – Foto: DIG/ Divulgação