09 de outubro, 2024

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Polícia apreende adolescente suspeito de ajudar a planejar massacre a escola em Suzano

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Policiais civis apreenderam, na manhã desta terça-feira (19), o adolescente suspeito de ajudar a planejar o massacre que terminou com dez mortos na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo. O jovem de 17 anos foi apreendido em casa e levado ao Instituto Médico Legal (IML) da cidade, onde foi submetido a exame de corpo de delito. De lá, seguiu para o fórum.

O adolescente foi acompanhado dos pais e do advogado Marcelo Feller do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD). Segundo o Tribunal de Justiça (TJ), na audiência foi mantida sua internação provisória, por 45 dias, na Fundação Casa. A unidade em que ele ficará internado não foi divulgada. Ele deixou o fórum em um carro da Polícia Civil por volta das 12h50.

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A Fundação Casa esclarece que a vaga de internação provisória para o adolescente envolvido no caso de Suzano, solicitada pela juíza da cidade, foi liberada imediatamente pela Instituição por volta das 11h40 da manhã desta terça-feira (19).

Se terminado o prazo e não houver sentença judicial de internação definitiva, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) determina a sua liberação. Em caso de sentença de internação definitiva, o prazo máximo é de 3 anos.

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Feller afirmou que o adolescente negou ter ajudado a planejar o massacre na escola de Suzano.

“Ele me pareceu um garoto extremamente sincero. Ele foi muito amigo do atirador, depois tiveram um período brigados e voltaram a se falar há poucos meses”, disse Feller. “Para mim, ele negou qualquer participação nesse ato. O que me parece bastante crível pela mensagem que ele manda para o próprio atirador informando o que está acontecendo”.

Apesar disso, o advogado afirmou que essa declaração foi dada a ele e não à Justiça, pois pediu que o adolescente e seus pais ficassem em silêncio e não respondessem às perguntas na audiência de apresentação no fórum. O motivo, segundo Feller, é que ele ainda não teve acesso aos autos do processo.

Feller foi indicado pelo IDDD depois de a Defensoria Pública informar que não poderia defender o adolescente, visto que já está defendendo os interesses das vítimas.

“O que ocorreu hoje aqui foi um teatro processual”, criticou Feller sobre a audiência de apresentação do caso realizada no fórum de Suzano.

O advogado falou que não teve tempo para ter acesso às provas do inquérito e, por isso, foi contra a internação do adolescente. Ele sugeriu que o adolescente ficasse detido em casa com tornozeleira eletrônica, mas a juíza não aceitou.

A audiência de instrução deve ocorrer no dia 26 de março quando as testemunhas serão ouvidas.

Novas evidências

Na quinta-feira (14), o adolescente chegou a se apresentar à Justiça, mas negou a participação e foi liberado. Durante a investigação, porém, foram analisados os celulares dele e dos dois assassinos e, de acordo com a polícia, os três aparelhos têm conversas claras sobre o planejamento das mortes.

Nesta segunda-feira (18), a polícia apresentou ao Ministério Público um relatório com os resultados das buscas feitas na casa do menor. Além disso, a Polícia Civil apresentou à Justiça um documento com 13 tópicos que reforçam a participação do adolescente no planejamento do crime.

Entre as evidências estão depoimentos como o de uma professora que afirma que, no início do mês, durante uma dinâmica de grupo sobre expectativa de futuro, o adolescente “de forma fria, sem expressar qualquer sentimento, respondeu que seu maior sonho era entrar em uma escola, armado, e atirar em várias pessoas aleatoriamente”.

Em outro depoimento, um amigo dele disse que o menor havia dito que tinha planejado o crime com um dos assassinos, mas que não sabia quando seria executado.

Além disso, uma testemunha disse ter visto o menor com a dupla que executou o crime numa locadora de veículos no dia em que eles alugaram o carro usado no crime. Outra evidência foi a apreensão na casa dele de “uma bota estilo coturno, em estado de conservação novo, muito similar às utilizadas pelos autores do crime”.

Com base nessas novas evidências e num parecer do promotor Rafael do Val, a juíza Erica Marcelina Cruz, da 1ª Vara de Suzano, determinou a apreensão do adolescente nesta manhã.

Flores em homenagem às vítimas do massacre na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano — Foto: Glauco Araújo/G1
Flores em homenagem às vítimas do massacre na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano (Fotos: Reprodução/G1)

O ataque

Os assassinos de 17 e 25 anos eram ex-alunos da Escola Estadual Raul Brasil. Na manhã de quarta-feira (13), eles invadiram o colégio e mataram sete pessoas. Antes do massacre, um deles baleou e matou o próprio tio em uma loja de automóveis também em Suzano.

A investigação aponta que, depois do ataque na escola, um dos assassinos matou o comparsa e, em seguida, se suicidou. A polícia diz que os dois tinham um “pacto” segundo o qual cometeriam o crime e depois se suicidariam. Ainda não se sabe a motivação do massacre.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), o caso é investigado pela Delegacia de Suzano, com o apoio do Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa da Seccional de Mogi das Cruzes. Até esta terça, 31 testemunhas foram ouvidas. Elas poderão ser chamadas novamente para prestar depoimento ao longo das investigações.

Fonte: G1

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