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Piracicaba (SP) teve em média três casos de acidentes com escorpião até junho de 2021, conforme os dados divulgados pela prefeitura nesta sexta-feira (25). Foram 524 ocorrências do início do ano até 17 de junho.
Com 524 casos em 168 dias, a média em Piracicaba é de 3,12 picadas de escorpião por dia. O indicador é 24% menor que o do ano passado, quando foram registrados 651 acidentes no período e 1.464 no ano de 2020, sem óbitos.
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A Secretaria de Saúde, por meio do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) e do Departamento de Vigilância Epidemiológica (VE) faz o controle desse tipo de caso e alerta a população quanto ao risco de acidentes com escorpiões.
“É um número preocupante e precisamos alertar a população. Mesmo este ano registrando menos casos que em 2020, é possível evitar os acidentes com estes aracnídeos tomando cuidados rotineiros em casa, como a vedação de frestas de portas e janelas e dos ralos, bem como evitar acúmulo de entulho em casa e terrenos”, destacou Filemon Silvano, secretário de Saúde.
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Segundo a bióloga do CCZ, Regina Lex Engel, Piracicaba é, naturalmente, endêmica para ocorrência natural de escorpiões devido à geografia, condições hidrográficas, geológicas, climáticas e ambientais.
“Os escorpiões se adaptaram a utilizar a rede de esgoto como ambiente ideal para viver. Ali há fartura de alimento (baratas e outras pragas), condições ideais de umidade e temperatura e onde não há predadores para eles”, explicou.
“Assim, vivem perfeitamente nesses locais, onde se abrigam, se reproduzem, se locomovem, e por onde têm acesso ao interior dos imóveis através dos ralos e sistemas de esgoto da cidade”, completou.
A Secretaria de Saúde afirmou que todo o trabalho do CCZ com relação aos escorpiões é feito baseado nos protocolos do Instituto Butantan (SP), que preconizam a prevenção, por meio do controle físico do ambiente.
Prevenção
A orientação da pasta é que quintais, jardins, terrenos e áreas verdes ou áreas naturais de ocorrência de animais peçonhentos sejam mantidos limpos, sem mato alto, lixo ou entulho.
O CCZ também orienta manter bem fechados todos os ralos internos e externos ao imóvel, com grelhas do tipo abre/fecha ou telas de nylon sob as grelhas de escoamento de água de chuva.
Além disso, recomenda vedar as soleiras das portas, conservar o quintal, jardim, despensas, garagens e porões sempre limpos, com mato sempre cortado, evitando acumular materiais nesses locais.
“Também é importante manter o material de construção, madeiras e garrafas empilhados longe do chão, da parede e do teto, e em local bem arejado, promovendo sempre a mudança de local desses materiais; fechar todas as frestas existentes nas paredes ou pisos da residência. Além disso, é importante sacudir roupas, toalhas e calçados antes de usar, não deixar camas e berços encostados na parede”, orientou Regina.
Não é recomendado o uso de inseticidas, porque além de não conseguirem fazer um controle da população desses animais, promove o desalojamento dos abrigos e faz com que eles procurem locais fora dele, favorecendo a maior ocorrência de acidentes, informou a bióloga.
O que fazer em caso de picada
Em caso de picada de escorpiões, a orientação é lavar o local com água e sabão, fazer compressa de água morna no local, procurar atendimento médico, imediatamente, em um pronto-socorro mais próximo do local da ocorrência.
No caso de crianças até 10 anos de idade e idosos, devem ser encaminhados diretamente à Santa Casa de Piracicaba ou à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Vila Cristina.
Espécies
Existem duas espécies de escorpiões que ocorrem em Piracicaba, segundo a prefeitura. São o escorpião amarelo (Tityus serrulatus) e o marrom (Tityus bahiensis).
O escorpião amarelo é o mais prevalente, tanto em população, quanto em ocorrência de acidentes e com maior agravo, já que possuem veneno mais potente. Com menos frequência, o escorpião marrom produz acidentes com menor gravidade.
“A picada destes dois escorpiões é extremamente dolorosa e, na grande maioria das vezes, sem agravamento, ocorrendo somente dor muito intensa no local, mas pode ocorrer agravamento de acordo com a idade ou existência de comorbidades no acidentado”, reforça o médico e subsecretário de Saúde, Augusto Muzilli Jr.
Fonte: G1