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O piloto paranaense Maicon Semencio Esteves, de 27 anos, que sobreviveu após uma queda de avião agrícola e foi resgatado nessa quarta-feira (7), em Peixoto de Azevedo, a 692 km de Cuiabá, se alimentou de bolachas e conseguiu beber água durante os quatro dias em que ficou perdido em meio à selva.
A informação foi divulgada nesta quinta-feira (8) pela assessoria do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso, que participou do resgate do piloto.
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A princípio a informação era de que o acidente teria ocorrido no domingo (4), no entanto, segundo os bombeiros, o acidente ocorreu no sábado (3) em uma região de difícil acesso em áreas de fazenda no Distrito de União do Norte.
Maicon teve queimaduras, desidratação e infecções. Ele está internado no Hospital Regional de Peixoto de Azevedo.
De acordo com os bombeiros, o piloto vinha com o avião baixo e, no rasante, supostamente por pane seca, caiu na mata. Um incêndio surgiu com a queda da aeronave e, ao tentar sair às pressas, o piloto queimou os braços, as mãos e o rosto.
A investigação das razões que fizeram o avião cair, no entanto, está a cargo da Aeronáutica. Ainda não há informação a respeito. Quando a investigação for concluída, um relatório final é emitido.
Maicon usou o celular e o GPS para se localizar. A bússola indicava um caminho reto pela floresta. Ele tentou caminhar, mas era impossível seguir o trajeto em linha reta, conforme informou o Corpo de Bombeiros.
O piloto precisou andar em curvas para contornar árvores e cipós, momento esse em que acabou se perdendo na mata.
O acidente foi testemunhado por um agricultor que estava a mais ou menos 500 metros do local da queda, arando a terra. Ele viu o momento em que avião desceu rapidamente e não subiu.
O trabalhador foi até uma fazenda próxima e avisou na sede para chamar o socorro.
O chamado ao Corpo de Bombeiros só aconteceu às 11h de segunda-feira (5).
Três bombeiros saíram de Colíder, a 648 km de Cuiabá, para fazer o resgate. É a cidade mais próxima que conta com um quartel dos bombeiros.
Os bombeiros caminharam entre 4 e 5 km em linha reta na mata fechada. Eles gritaram e soltaram fogos na esperança de que o piloto respondesse.
Na quarta-feira o piloto foi encontrado depois de uma força-tarefa que vasculhou a área, até que Maicon foi achado perto de um córrego.
À espera do socorro
Depois de caminhar por muito tempo, o piloto parou nesse local e ficou bebendo água. Durante os quatro dias ele bebeu água, mas estava muito debilitado pelas queimaduras, pelos arranhões causados por espinhos na mata e por machucados no pé de tanto caminhar.
Para proteger o rosto dos espinhos o piloto ficou com capacete de voo, isso dificultou que ele percebesse os fogos e ou os chamados que foram feitos pela equipe de busca.
Quando encontraram o piloto, cansado sem condições de caminhar mais, devido aos ferimentos, tinha feridas abertas e insetos causando mais ferimentos na pele.
Segundo os bombeiros, Maicon comeu somente as bolachas que tinha durante todo esse tempo. A 200 metros do local em que ele foi encontrado havia uma clareira para onde ele foi transportado em uma maca improvisada com roupas e pedaços de madeira.
Durante as buscas, os bombeiros se feriram em urtigas e espinhos, ficaram com carrapatos presos à pele e viram um grupo agressivo de porcos-do-mato.
O acidente
Maicon estava sozinho e comandava um avião, modelo Neiva EMB-201, matrícula PT-GSH. Saiu de Porto Nacional, no Tocantins, para fazer um translado até Alta Floresta, a 800 km de Cuiabá, quando sofreu o acidente.
O avião caiu no sábado e, desde então, Maicon estava sendo procurado pela Polícia Militar e por amigos e familiares que foram para o local para ajudar nas buscas.
Os destroços do avião foram encontrados por trabalhadores de uma fazenda próxima ao local do acidente, no entanto, não havia sinal do piloto.
Maicon sairia de Porto Nacional em direção a Confresa, a 1.160 km de Cuiabá, onde faria uma parada para abastercer.
De lá, seguiria para Matupá, a 696 km da capital, novamente para fazer um segundo abastecimento. A viagem terminaria em Alta Floresta.
Fonte: G1