20 abril, 2024

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Peruanos doam toneladas de cabelo para limpar praias após vazamento de petróleo

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Duas semanas após o vazamento de 6.000 barris de petróleo que atingiu a costa do Peru, peruanos se mobilizam dia e noite para tentar limpar suas praias neste que é um dos maiores desastres ecológicos da história do país. Entre as estratégias, governos e voluntários estão fazendo campanhas de doação de cabelo e pelo animal, o objetivo é fazer cordas que absorvam o óleo das águas marinhas.

Nas ruas de Lima, é possível encontrar tendas montadas para receber a doação de cabelos. As madeixas são cortadas na hora, e já separadas para o envio à região costeira duramente afetada pelo vazamento de petróleo.

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Vazamento de óleo no Peru em decorrência de fortes ondas provocadas por tsunami em Tonga — Foto: Reuters TV
Vazamento de óleo no Peru em decorrência de fortes ondas provocadas por tsunami em Tonga (Foto: Reprodução)

A campanha mobiliza governos regionais e municipais, ONGs e cadeias de cabeleireiro do Peru, todos com o mesmo mote de ajudar o meio ambiente com alguns centímetros de cabelo.

O material será usado para estofar cordões absorventes que são espalhados na reserva marítima afetada para retirar o óleo da água. O cabelo humano seria mais eficiente nesta ação que o plástico usado normalmente, sendo capaz de absorver oito vezes o seu peso.

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A medida popular forma filas nos pontos de doação. “É a nossa maneira de lutar contra este vazamento”, explicou uma jovem enquanto aguardava sua vez entre dezenas de pessoas.

Apesar do sucesso, ambientalistas criticam que não há estudos experimentais que demonstrem a efetividade da medida.

Protestos contra empresa espanhola

Nesta semana, centenas de ambientalistas protestaram no Peru e na Espanha em frente à sede da empresa petrolífera Repsol para exigir respostas para o grave vazamento de petróleo.

Manifestantes pedem a saída da Repsol do Peru — Foto: PILAR OLIVARES / REUTERS
Manifestantes pedem a saída da Repsol do Peru (Foto: Reprodução)

O derramamento de cerca de 6.000 barris de petróleo bruto, descrito como um “desastre ecológico” pelo governo peruano, ocorreu enquanto o petroleiro de bandeira italiana “Mare Doricum” estava descarregando na refinaria La Pampilla, em Ventanilla, a 30 km ao norte de Lima, no dia 15 de janeiro.

A Repsol atribuiu o acidente a uma forte onda causada pela erupção vulcânica em Tonga, a mais de 10 mil quilômetros de lá. O navio está proibido de navegar, e segue ancorado nas proximidades do porto de Callao.

Enquanto isso, centenas de bombeiros e voluntários passam os dias nas águas marinhas tentando limpar cerca de 20 praias afetadas pelo vazamento.

Impacto na natureza e para os seres humanos”Tivemos perdas de diferentes espécies de aves, como cormorões, pelicanos… Este óleo também chega até o fundo, causando uma perda nos ciclos reprodutivos das espécies, como peixes ou futuras gerações de caranguejos”, diz Claudia Jacobo, coordenadora de Relações Institucionais da Aliança dos Oceanos Sustentáveis (SOA) no Peru.

Os ambientalistas tentam ainda dar assistência às comunidades vizinhas, porque o impacto humano também é visível. A região é moradia de muitos pescadores que vivem da venda do peixe, assim como do comércio no entorno do turismo desta época de verão.

“É extremamente grave porque está deixando milhares de famílias sem trabalho”, salienta Claudia Jacobo. Além disso, “estas praias também têm poluição atmosférica porque o próprio petróleo evapora, e causa danos à saúde pública”, enfatiza.

Governo e voluntários mobilizam centenas de pessoas para ajudar a tirar óleo das praias peruanas (Foto: Reprodução)

Medidas insuficientes

A Repsol publicou comunicados reafirmando seu compromisso em mitigar os efeitos do desastre ecológico no distrito de Ventanilla. As associações, contudo, não estão convencidas.

“A própria empresa não está adotando as medidas necessárias. Nos primeiros cinco dias, eles enviaram 20 pessoas para limpar as áreas com peneiras, instrumentos que não eram os melhores para isso. Em seguida, subcontrataram outras empresas que supostamente têm a experiência para realizar as limpezas, que subcontrataram os pescadores artesanais sem os equipamentos e sem o treinamento necessário. É um ultraje. Eles aproveitam a necessidade dessas pessoas de trabalhar”, denuncia Claudia Jacobo.

O Ministério Público peruano pediu aos tribunais na quinta-feira (27) que proíbam quatro executivos da empresa petrolífera espanhola de deixar o país por 18 meses enquanto prosseguem as investigações sobre o vazamento de petróleo.

Fonte: Yahoo!

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