08 de setembro, 2024

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Pela 1ª vez, Hubble mostra que anéis de Saturno estão aquecendo o planeta

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A partir da análise de dados coletados pelo Telescópio Hubble e por outros instrumentos lançados ao espaço nas últimas quatro décadas, um astrônomo conseguiu identificar que os característicos anéis que se formam ao redor de Saturno são responsáveis por aquecer a superfície do planeta. O fenômeno nunca havia sido registrado dentro do Sistema Solar.

O estudo dos anéis começou após evidências apontarem para um excesso de radiação ultravioleta (UV) na atmosfera de Saturno. A presença de uma espécie de linha espectral formada pela emissão de raios em Lyman-alfa significava que algo estava contaminando e aquecendo o planeta pelo lado de fora.

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“Já se sabia que os anéis de Saturno passam por um lento processo de desintegração, mas a sua influência no hidrogênio atômico do planeta é uma surpresa. Tudo é impulsionado por partículas dos anéis que caem em cascata na atmosfera. Elas mudam a sua composição e, então, passam por processos de colisão com gases que provavelmente aquecem a atmosfera em uma altitude específica”, explica Lotfi Ben-Jaffel, em comunicado.

A imagem, obtida em 2017 durante o verão de Saturno no hemisfério norte, é usada como referência para esboçar a emissão Lyman-alpha do planeta (Foto: NASA, ESA, Lotfi Ben-Jaffel (IAP & LPL)

A imagem, obtida em 2017 durante o verão de Saturno no hemisfério norte, é usada como referência para esboçar a emissão Lyman-alpha do planeta NASA, ESA, Lotfi Ben-Jaffel (IAP & LPL)

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Para chegar à conclusão, o cientista analisou as observações arquivadas de luz UV de quatro missões espaciais operadas pela NASA: as duas sondas Voyager que voaram por Saturno na década de 1980; a missão Cassini, que chegou ao planeta em 2004; e o International Ultraviolet Explorer, lançado em 1978. Além disso, também fez medições do Espectrógrafo de Imagem do Telescópio Espacial Hubble (STIS).

Ao fazer isso, Ben-Jaffel atestou que, ao longo dos 40 anos que se tem registros de dados, o planeta não viveu nenhuma mudança nos seus níveis de radiação UV. Isso quer dizer que Saturno sempre sofreu com as constantes “chuvas de gelo” originadas da queda de partículas de seus anéis.

O especialista acredita que, a partir do estudo de Saturno, será possível realizar uma busca por exoanéis, isso é, planetas que orbitam outras estrelas. “Estamos apenas no início deste efeito de caracterização de anel na atmosfera superior de um planeta. Eventualmente, queremos ter uma abordagem global que produza uma assinatura real sobre as atmosferas de mundos distantes”, pondera.

Fonte: Galileu

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