08 de dezembro, 2024

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Pastor do funeral de menina sequestrada nos EUA é acusado de assassinato dela

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Um pastor aposentado de uma igreja nos Estados Unidos que presidiu há quase meio século o funeral de uma menina sequestrada foi agora acusado do assassinato dela.

Gretchen Harrington tinha 8 anos quando desapareceu no subúrbio de Marple Township, na Filadélfia, na manhã de 15 de agosto de 1975, enquanto participava de um acampamento bíblico de verão.

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No início deste ano, uma mulher cujo nome não foi divulgado disse aos investigadores que acreditava que o pai de sua melhor amiga era o culpado.

David Zandstra, de 83 anos, agora é acusado de assassinato e sequestro de menor de idade.

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“Ele é o pior pesadelo de todos os pais”, disse Jack Stollsteimer, promotor distrital do condado de Delaware, a jornalistas na segunda-feira (24).

“Ele matou esta pobre menina de oito anos que ele conhecia e que confiava nele. E, depois, agiu como se fosse amigo da família, não só durante o enterro dela e no período depois disso, mas por anos.”

Gretchen Harrington desapareceu em 15 de agosto de 1975 — e até agora o suposto assassino não havia sido encontrado (Foto: DELAWARE COUNTY DISTRICT ATTORNEY’S OFFICE/BBC)

O interesse no caso foi renovado em parte por um livro publicado no ano passado, chamado Marple’s Gretchen Harrington Tragedy: Kidnapping, Murder and Innocence Lost in Suburban Philadelphia (Sequestro, Assassinato e Inocência Perdida no Subúrbio da Filadélfia, em tradução livre).

Em 1975, Zandstra era pastor da Trinity Christian Reformed Church. Acampamentos bíblicos eram realizados no local todas as manhãs — e ele depois transportava as crianças para uma segunda igreja.

Mas Gretchen nunca apareceu na igreja naquela manhã, e foi o próprio Zandstra quem reportou seu desaparecimento à polícia.

Seus restos mortais seriam encontrados em um bosque próximo quase dois meses depois.

O suspeito era amigo da família, ajudou a procurá-la e até presidiu seu funeral, conforme fontes contaram à CBS News, parceira da BBC nos Estados Unidos.

Os investigadores dizem que Zandstra convidou Gretchen para entrar em seu carro assim que ela saiu da vista do agora falecido pai, que a observava da porta de casa caminhar pela estrada.

A melhor amiga da filha de David Zandstra suspeitava que ele era o assassino (Foto: DELAWARE COUNTY DISTRICT ATTORNEY’S OFFICE/BBC)

Uma testemunha interrogada logo depois relatou ter visto a menina falar com o motorista de um veículo semelhante à caminhonete Rambler verde de Zandstra.

Mas quando foi interrogado pela polícia na época, o pastor negou ter visto Gretchen naquele dia.

Em janeiro deste ano, os investigadores conversaram com a melhor amiga da filha de Zandstra. Ela disse a eles que costumava dormir na casa deles e, aos 10 anos, acordou uma vez com o pastor a apalpando.

A mulher também mostrou à polícia um diário de 1975 no qual ela escreveu: “Acho que pode ser ele quem sequestrou Gretchen. Acho que foi o Sr. Z.”

Zandstra se mudou várias vezes, morando na Califórnia e no Texas antes de ser preso na semana passada na Geórgia pela Polícia Estadual da Pensilvânia — a essa altura, a polícia diz que ele confessou o crime.

O suspeito está detido em uma prisão local e deve ser extraditado para a Pensilvânia.

Joanna Falcone Sullivan, que escreveu Marple’s Gretchen Harrington Tragedy, acredita que seu livro, redigido em parceria com Mike Mathis, ajudou a revelar novas pistas.

A escritora disse que entrevistou Zandstra para o livro, e ele “parecia que não se lembrava de tudo o que aconteceu naquela manhã. Sua esposa se lembrava bem melhor”.

“Nós meio que atribuímos isso à idade”, conta Sullivan à BBC. “A história afetou muito a comunidade.”

“Este crime ainda aparece nos grupos de bairro no Facebook”, ela acrescenta.

O policial estadual a quem a polícia disse que Zandstra confessou o crime afirmou na segunda-feira que o suspeito parecia aliviado.

“Não sei se ele está arrependido do que fez, mas com certeza tirou um peso dos ombros”, disse Eugene Tray.

Em um comunicado, a família Harrington afirmou que a prisão era “um passo mais perto da justiça”.

“Se você conhecesse Gretchen, você virava instantaneamente amigo dela. Ela exalava bondade para todos, era doce e gentil”, eles escreveram.

“Mesmo agora, quando as pessoas compartilham suas memórias dela, a primeira coisa que falam é o quão incrível ela era e ainda é… com apenas 8 anos, ela teve um impacto permanente nas pessoas ao seu redor.”

Fonte: BBC

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