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Em audiência na terça-feira (27), o Papa Francisco reconheceu o martírio da Serva de Deus Isabel Cristina, natural de Barbacena (MG), e as virtudes heroicas do Servo de Deus Roberto Giovanni, nascido em Rio Claro (SP).
O reconhecimento ocorreu durante audiência com o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Dom Marcello Semeraro. As medidas adotadas pelo Papa são consideradas um passo importante na beatificação dos brasileiros.
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Entenda abaixo a vida, trajetória e procedimento da Igreja Católica de Isabel Cristina e Irmão Roberto Giovanni.
Isabel Cristina
Isabel Cristina Mrad Campos nasceu em 29 de julho de 1962, em Barbacena (MG), filha de José Mendes Campos e Helena Mrad Campos.
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Ela se mudou para Juiz de Fora em 1982, para fazer um curso pré-vestibular para tentar aprovação na faculdade de Medicina.
No dia 1º de setembro do mesmo ano, um homem que foi contratado par montar um guarda-roupa no apartamento onde Isabel se mudou com o irmão, tentou violentá-la.
Ela resistiu à violência, recebeu um golpe aplicado com uma cadeira na cabeça, foi amarrada, amordaçada e teve suas roupas rasgadas. Como continuou a resistir ao ato criminoso, a jovem foi morta com 15 facadas, aos 20 anos de idade.
De acordo com a Arquidiocese de Mariana, Isabel tinha uma vida normal, estudava, namorava e participava de festas, mas tinha uma vida de oração, era dedicada à Igreja Católica e sonhava em ser pediatra para ajudar crianças carentes.
A forma como foi morta, mas sobretudo como viveu, motivou um grupo de pessoas a entrar com o pedido do processo para a beatificação da mineira.
Como Isabel foi batizada e fez a Primeira Comunhão na Matriz da Piedade de Barbacena, pela ligação afetiva dos pais dela com a paróquia, foi decidido que os restos mortais ficariam no Santuário da Piedade.
Em 2009, foi feita a exumação do cadáver e a trasladação dos restos mortais da Serva de Deus, do cemitério da Paróquia de Santo Antônio para o Santuário de Nossa Senhora da Piedade. Os fiéis podem visitar o local em Barbacena.
Processo de beatificação
A solicitação para a abertura do processo de beatificação foi aceita por Roma em 2001, quando foi instalado o procedimento na Arquidiocese de Mariana e Isabel Cristina recebeu o título de Serva de Deus.
Este é o título que a Igreja Católica dá a uma pessoa cujo processo de canonização foi oficialmente aberto e é a primeira das quatro etapas do complexo processo de reconhecimento.https://c87e7d3bec7af2388d6a6ceadd657e04.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-37/html/container.html
O processo foi conduzido por um Tribunal Eclesiástico instituído por Dom Luciano, que colheu depoimentos de quase 60 pessoas, reunindo documentos, ouvindo testemunhos, para formalizar o procedimento.
Depois de oito anos de estudos e pesquisas, em 2009, os restos mortais de Isabel foram transferidos para o Santuário de Nossa Senhora da Piedade e, logo após, em 1º de setembro daquele ano, o arcebispo emérito de Mariana, Dom Geraldo Lyrio Rocha, encerrou o processo a nível arquidiocesano.
Os documentos recolhidos foram entregues para a Congregação para os Santos, em Roma, onde segue o processo de beatificação.
Irmão Roberto Giovanni
Roberto Giovanni nasceu em 16 de março de 1903 em Rio Claro (SP). Antes de entrar para a Igreja Católica, estudou na cidade natal e exerceu as funções de guarda-livros e contador.
Com 21 anos, entrou para a Congregação dos Sagrados Estigmas de Nosso Senhor Jesus Cristo (Estigmatinos). Em 1939, foi transferido para Casa Branca (SP), onde ficou durante maior parte da vida.
Conforme a congregação dos Padres Estigmatinos, em 1993, Irmão Roberto foi morar em Campinas na casa de repouso da Igreja. Ele teve uma pneumonia, ficou debilitado e faleceu em 11 de janeiro de 1994, aos 90 anos.
Roberto Giovanni ficou conhecido pela caridade no bairro do Desterro em Casa Branca e por milagres ligados à cura de vícios e doenças e à assistência aos mais pobres.
Processo de beatificação
As providências para o processo de beatificação de Irmão Roberto foram iniciadas em 2003, no centenário de nascimento pela Diocese de São João da Boa Vista, responsável pela primeira parte do processo. O procedimento foi oficialmente aberto em 2010, quando Giovanni foi considerado Servo de Deus.
Desde então foram recolhidas informações de devotos, padres e bispos atestando virtudes e conhecimento litúrgico. Foram 50 depoimentos e vários documentos. Como parte do processo, os restos mortais de Irmão Roberto foram retirados da sepultura em 2012 foram levados em carreata até a Igreja do Desterro.
Em outubro de 2012, o processo diocesano foi encerrado em Casa Branca e a documentação foi enviada para avaliação da Congregação para os Santos, em Roma.
Fonte: G1