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O papa Francisco apelou hoje (6) à Europa para que derrube as barreiras que estão sendo erguidas para impedir a entrada de migrantes e a adotar de forma profunda uma economia social que possa abranger todas as pessoas.
Lembrando os fundadores da União Europeia (UE) e do período pós-2ª Guerra Mundial, o pontífice afirmou que eles “ousaram mudar radicalmente os modelos” que levaram ao conflito.
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“Hoje, mais do que nunca, a sua visão inspira-nos a construir pontes e a derrubar muros”, disse o papa, durante a entrega do Prêmio Internacional Carlos Magno, em cerimônia no Vaticano.
“Os projetos dos pais fundadores [da UE], mensageiros da paz e profetas do futuro, não estão ultrapassados”, destacou o líder da Santa Sé, afirmando que sonha com uma Europa em que “ser migrante não é crime”.
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Na cerimônia, que contou com a presença de representantes das principais instituições europeias e de alguns líderes europeus, como a chanceler alemã Angela Merkel, o papa criticou uma Europa “em declínio, que está atualmente a retrair-se em vez de privilegiar ações que promovam novas dinâmicas na sociedade”.
“O que aconteceu à Europa do humanismo, líder dos direitos humanos, da democracia e da liberdade? O que aconteceu à Europa, casa de poetas, filósofos, artistas, músicos, homens e mulheres de letras?”, questionou Francisco.
Dirigindo-se aos representantes europeus presentes, o papa pediu aos europeus coragem para avançar com uma mudança radical do atual modelo econômico, de forma a ter uma região mais aberta e mais social, mencionando o caso do desemprego, devastador principalmente para os jovens.
“Se queremos repensar a nossa sociedade, precisamos criar empregos dignos e bem remunerados, especialmente para os nossos jovens”, defendeu o papa argentino, que já tinha apelado à UE durante discurso diante no Parlamento Europeu em novembro de 2014.
“Como podemos envolver os nossos jovens nesta construção quando estamos a privá-los de trabalho e não sabemos oferecer-lhes oportunidades e valores?”, perguntou.
O Prêmio Internacional Carlos Magno foi criado em 1949 e destina-se a pessoas e instituições que tenham papel importante no processo de unificação da Europa.
Fonte: Agência Brasil