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O pai do bebê de 1 ano que morreu após ser internado com sinais de abuso sexual e mordidas disse ao g1 que já tinha notado anteriormente marcas de agressão no corpo da criança e chegou a questionar a mãe, com quem o menino morava.
Henry Gabriel Marinho morreu na última terça-feira (8), depois de ficar três dias internado em um hospital de Goiânia. O bebê foi enterrado na quinta-feira (10) em Potunduva, distrito de Jaú, no interior de SP, cidade onde a família do pai e da mãe moram e também onde Henry nasceu.
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Segundo o entregador Daniel Marinho Souza, ele já havia notado marcas de mordida na perna do filho e outros machucados pelo corpo e questionou a mãe sobre isso.
“Ela me disse que ele foi mordido na creche, mas ele não frequentava nenhuma creche. Também notei que ele estava mais magro”, afirma.
Segundo a Polícia Civil, o menino estava com o padrasto na casa, em Jataí (GO), quando foi levado ao hospital. O homem contou que Henry havia passado mal após cair da cama e que ele e a mãe do bebê o levaram para uma unidade de saúde.
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Bebê que morreu após ser internado com sinais de abuso sexual e mordidas é enterrado em Potunduva, distrito de Jaú — Foto: Arquivo pessoal
Diante da gravidade do estado de saúde, ele foi transferido para Goiânia e os médicos do hospital acionaram a polícia diante da suspeita de agressão.
Ele e a mãe de Henry se mudaram de Potunduva para Jataí em busca de melhores condições de vida em setembro do ano passado, mas dois meses depois se separaram.
Ainda de acordo com Daniel, no dia que Henry foi internado, a ex-mulher disse que ele havia caído da cama e sofrido uma convulsão, mas no hospital os médicos disseram que ele sofreu um traumatismo craniano, que poderia ter sido causado pela queda.
“E havia outros sinais que pareciam de mordidas, alguns hematomas e uma fissura que poderia ter sido causada por abuso sexual”, afirma.
O entregador contou também que acompanhou sozinho a transferência do filho de Jataí até Goiânia, já que mãe de Henry teria dito que iria para casa buscar alguns documentos e não apareceu mais no hospital.
Ela também não foi no velório e enterro do filho em Potunduva, segundo os parentes. Daniel informou que irá prestar depoimento nesta segunda-feira (14), em Jataí, sobre o caso. Para ele, o filho foi vítima de agressões.
“Estou inconformado, indignado, não tenho nem palavras. Mas, espero que a Justiça seja feita.”
Henry Gabriel Marinho Vidal, de 1 ano, morreu após dias internado Jataí — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
Investigação
O delegado responsável pelo caso, Marlon Souza, disse em entrevista ao g1 que a polícia ouviu o padrasto e a mãe de Henry no dia em que bebê foi levado para o hospital, ambos de maneira informal, para saber o que havia ocorrido. Os dois alegaram que a criança tinha caído da cama.
Um inquérito policial foi aberto e o delegado disse que aguarda os resultados de laudos para saber a causa da morte de Henry e também a origem dos sinais de abuso sexual e das marcas de agressão.
“Somente com esses laudos é que vamos saber se houve realmente algum tipo de violência e poder confrontar com os depoimentos dos envolvidos. Por isso, nesse momento, ainda não realizamos as oitivas, estamos n aguardo desses laudos que devem sair na próxima semana”, explica.