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Os quatro integrantes de uma quadrilha especializada em roubos de cosméticos de alto custo em farmácias que agiram no centro-oeste paulista foram presos pela Polícia Civil em São Paulo nesta segunda-feira (9) durante a Operação Pharma e trazidos para a sede do DEIC em Bauru (SP) nesta quarta-feira (11) para prestar depoimento.
Segundo a Polícia Civil, a operação foi iniciada após o registro de dois roubos ocorridos em farmácias nos dias 4 e 13 de julho na região sul de Bauru (SP).
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A polícia informou ainda que três homens faziam o assalto, mas antes deles uma mulher entrava nos estabelecimentos se passando por cliente, perguntando sobre produtos de baixo custo ou pedindo para usar o banheiro com o intuito de passar informações para os criminosos antes da ação.
A identificação da placa do veículo utilizado em um desses roubos de uma farmácia na Avenida Getúlio Vargas foi o ponto de partida das investigações. A partir daí, os policiais descobriram que o carro era alugado no nome de um homem que residia em São Paulo, mas não tinha antecedentes criminais.
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No entanto, o condutor autorizado era um homem que já havia sido preso por causa de um roubo similar em uma drogaria de Campinas (SP) na mesma rede assaltada em Bauru.
Em seguida, a forma de agir padrão dos criminosos fez com que os policiais chegassem a identificação dos assaltantes vistos nas câmeras de segurança dos locais roubados.
Polícia Civil prende quadrilha especializada em roubo de dermocosméticos em farmácias
Isso porque, os assaltantes sempre se hospedavam em cidades vizinhas aos locais dos roubos. Os policiais descobriram que os suspeitos haviam se hospedado em um hotel em Marília depois do último roubo em Bauru.
Antes a quadrilha também havia assaltado uma farmácia em Botucatu em junho, utilizando o mesmo veículo identificado durante as investigações. Depois desse assalto, os criminosos se hospedaram em Bauru, onde planejaram os outros dois assaltos ocorridos em julho.
Posteriormente, mais um assalto foi registrado em uma farmácia em Uberlândia (MG) e os policiais descobriram que os suspeitos mais uma vez se hospedaram na cidade vizinha ao local do assalto, em Uberaba (MG) .
Prisão
Com a identificação dos criminosos e os seus respectivos endereços, as ordens de prisões temporárias e os mandados de busca e apreensão dos itens roubados foram expedidos e os suspeitos foram presos na capital de São Paulo nesta segunda-feira (9).
Três deles são moradores da zona leste e o outro reside no bairro do Jaraguá, na zona oeste. Dois deles foram presos enquanto iam para o litoral, segundo o delegado.
O veículo usado nos crimes foi devolvido à locadora no fim de julho e outro roubo à farmácia também foi registrado em Presidente Prudente neste período, segundo a polícia.
Foram apreendidos no apartamento de um casal envolvido nos crimes grande parte dos produtos roubados sem uso e outros sendo usados para uso pessoal dos suspeitos, como umidificador de ar, cremes e giletes.
Foram apreendidas com os suspeitos grande quantidade de notas de R$ 2 roubadas de farmácias no interior de SP e em Uberlândia (MG) — Foto: Polícia Civil/ Divulgação
Além destes, foram apreendidas uma pistola de airsoft usada para render as vítimas, o valor de R$ 620 em notas de R$ 2 que possivelmente são provenientes do troco de caixa e as roupas usadas nos crimes.
Ainda segundo a Polícia Civil, os prejuízos das farmácias variam entre R$ 50 a 80 mil em cada um dos assaltos realizados em Bauru e Botucatu.
Foram apreendidos no apartamento do casal envolvido nos crimes grande parte dos produtos roubados das farmácias — Foto: Polícia Civil/ Divulgação
Os suspeitos estão presos temporariamente por 30 dias por roubo e associação criminosa na cadeia de Avaí. O pedido à Justiça para o encaminhamento dos três homens para o CDP (Centro de Detenção Provisória de Bauru) e da mulher para a Penitenciária de Pirajuí.
O registro dos boletins de ocorrência das capturas foi realizado e agora os policiais vão fazer os reconhecimentos pessoais, interrogatórios e as perícias nos produtos que será seguida das restituições às empresas.
Próxima fase da operação
As investigações apontaram que os suspeitos presos eram contratados para fazer o roubo e que outras pessoas são as responsáveis por repassar os itens roubados. Com o fim da primeira fase da Operação Pharma, o delegado Cledson do Nascimento conta que o próximo passo é identificar o destinatário dos produtos roubados.
“Na segunda fase da operação que vai ser desenvolvida agora vamos saber se esses produtos são vendidos nos mercado clandestino, principalmente na região central, em drogarias de bairros periféricos, por exemplo. Nós temos nas investigações o fato de eles receberem um valor pela ação. Eles não revendem esses produtos por um valor de mercado, eles revendem por um preço fechado. A função deles na organização criminosa é a prática do roubo. Com certeza temos outros indivíduos por trás para fazer a distribuição destes produtos”
O delegado ainda esclarece que a partir da identificação do “modus operandi” e das prisões, outros roubos ainda podem ser atribuídos à quadrilha.
“Com a centralização das informações vamos conseguir com certeza identificar esses indivíduos em outras ações similares, por isso falamos que são especializados porque o objetivo deles com essa prática são esses produtos dermocosméticos de alto valor.”