26 abril, 2024

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Ônibus com turistas brasileiros cai em penhasco no Peru

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As últimas 48 horas têm sido de dor, angústia e agradecimento para os acreanos Selma Diógenes e Márcio Valente, de 23 e 29 anos, respectivamente. O ônibus em que o casal viajava para comemorar os seis meses de casados caiu em um penhasco Vila Marcapata, distrito de Cusco, no Peru. O acidente ocorreu na noite desta quinta-feira (6).

No ônibus estavam 26 pessoas, sendo que três morreram no acidente. Segundo Selma, apenas ela e o marido eram estrangeiros. O casal saiu de casa na quarta (5) e retornaria para o Acre na segunda (10).

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Selma contou que saiu de Rio Branco por volta das cinco horas de quarta. O casal foi de ônibus até Assis Brasil, no interior do Acre, e de lá pegou um táxi para Porto Maldonado, no Peru, onde comprou as duas passagens de ônibus para Cusco.

“Estava previsto para chegarmos em Cusco às 6h. Quando deu 2h30 da madrugada, ao invés de o motorista fazer a curva, que é bem sinuosa, ele ultrapassou uma barreira. Alguns peritos disseram que ele dormiu no volante. O ônibus ultrapassou uma grade de proteção, caiu e capotou”, relembra.

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Quando o ônibus parou no penhasco, Selma chamou pelo marido que a socorreu e se assustou com a quantidade de sangue que tinha no rosto da mulher. A fisioterapeuta quebrou o nariz, o ombro esquerdo e teve outras várias fraturas no lado esquerdo do corpo. Ela foi submetida a uma cirurgia nesta sexta em um hospital particular de Cusco.

“Estávamos na poltrona nove e dez e o rapaz que estava na oito morreu e tivemos que passar por cima dele. Conseguimos sair do ônibus, eu não conseguia andar porque meu braço estava fraturado, meu nariz e minhas pernas muito inchadas. Meu esposo machucou o abdômen, teve uma contusão no tórax”, fala.

Márcio Valente teve escoriações e uma contusão no abdômen, mas a esposa Selma sofreu várias fraturas e passou por cirurgia (Fotos: Arquivo pessoal)

Se a dor dos ferimentos era insuportável, a temperatura também não ajudava. Segundo Selma, os termômetros marcavam zero grau na região. Os feridos esperaram o socorro por mais de duas horas e meia.

“Dentro do ônibus estava quentinho, mas eu não estava com roupas adequadas. Passei muito frio até meu esposo encontrar as malas e me dar um cobertor. Ele conseguiu ajudar muita gente. Fiquei deitada das 2h30 até 4h em cima das pedras porque o resgate não havia chegado”, lamenta.

O resgate chegou apenas no início da manhã. Selma lembra que apareceu apenas a polícia no começo e levou os feridos na carroceria das viaturas para um posto de saúde em Marcapata. Por volta das 9h, as ambulâncias de Cusco chegaram para levar os passageiros para o hospital.

“A empresa levou a gente para um hospital particular em Cusco. Estamos sendo muito bem atendidos, bati um raio x e descobri que meu ombro esquerdo tinha quebrado, minhas contusões foram só do lado esquerdo. Não tenho previsão de alta. Meu esposo já recebeu alta, está bem e já se recuperou, mas estou me recuperando aos poucos”, afirma.

Fisioterapeuta Selma Diógenes passou por uma cirurgia no nariz e não tem previsão de alta médica (Foto: Arquivo pessoal)

Embaixada

Apesar de todo atendimento que tem recebido, a fisioterapeuta diz que o casal não recebeu ajuda do consulado brasileiro no Peru. Ela revela que a família dela, que mora no Acre, está em contato com as equipes, mas até agora só recebeu promessas dos responsáveis.

A embaixada do Brasil em Lima informou, neste sábado (8), que tem acompanhado e está em contato com o casal. Devido à distância, um representante da embaixada conversa com as vítimas pelo telefone, mas afirmou que tem dado assistência aos feridos.

Sobre as malas, a embaixada disse que tem conversado com a empresa responsável pelo ônibus e cobrado agilidade na entrega dos pertences das vítimas. Devido às mortes, os representantes foram informados de que as bagagens estão retidas pela polícia para o trabalho de perícia.

“Estou com a mesma roupa, porque minhas roupas ainda não chegaram. Me deram um pijama no hospital, não tenho chinelo, nada. Não trouxeram nossa mala. Só conseguimos pegar a carteira com documentos e dinheiro no local do acidente. Já entramos em contato com o Itamaraty, Consulado, e estão falando que vão vir aqui prestar assistência, trazer as malas, mas até agora não resolveram nada. Só o que a gente queria era a mala com a roupa”, reclama Selma.

Apesar de todo transtorno, Selma se diz grata a Deus pela vida. O marido dela já recebeu alta médica, mas a fisioterapeuta não tem previsão para deixar o hospital.

“Vi pessoas mortas, infelizmente tive que ver essa cena por muito tempo, tive que passar por cima de gente morta, olhar fraturas nesse intervalo até a polícia chegar. Foi muito chocante pra gente. Estou muito agradecida pela minha vida. Tudo que estou sentido não se compara ao milagre de eu e meu esposo estarmos vivos hoje, disse.

Fonte: G1

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