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Ervas, mandalas, chás, óleos naturais e materiais biodegradáveis. Essas são as palavras que costumam vir à cabeça das pessoas quando se fala em “ginecologia natural”. Na verdade, esse conceito não se resume a isso, mas se fundamenta principalmente pela autonomia da mulher, a aceitação das suas emoções e a uma concepção do seu corpo como um todo, e não apenas como um punhado de sintomas dispersos.
Entre as razões que estimulam mulheres a buscarem vias alternativas para a sua saúde ginecológica, estão a não-obtenção de cura, mesmo após o uso extensivo de medicação alopática, a impessoalidade e o distanciamento de médicos durante consultas e tratamentos, a necessidade de conhecer melhor o próprio corpo e busca por integrar corpo e mente na manutenção da saúde.
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Como funciona?
Ginecologia natural não se resume a trocar pomadas industriais por alho e um chá de ervas. Além de tirar o foco das atenções sobre a alopatia e estimular a busca por tratamentos alternativos, a ginecologia natural concebe um sintoma — ou uma doença — como parte de um processo que envolve o contexto que a mulher vive.
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Assim, uma candidíase não se resume a uma infecção fúngica, mas, entendido em um contexto mais amplo, pode ser uma tradução corpórea de estados emocionais a que a mulher pode estar submetida — como a ansiedade, a insegurança e o estresse.
A aplicação de alho para alguns sintomas, a realização de banhos de assento com chás e o tratamento a partir de óleos naturais são algumas das técnicas comumente usadas pelas mulheres adeptas da ginecologia natural. Contudo, se os sintomas persistirem mesmo após a aplicação de chás e produtos naturais, recomenda-se à mulher buscar outros profissionais de saúde para verificar as causas do problema.
Outra prática comum nas consultas com médicas adeptas à ginecologia natural é o estímulo para o autoconhecimento da mulher sobre o próprio corpo. Nessas consultas, é comum que as ginecologistas ensinem à mulher atendida o exame da própria vagina, a localização do colo do útero e verificação do seu aspecto — altura, textura, coloração.
Isso não substitui os exames ginecológicos, mas é importante para a mulher adquirir o hábito de entrar em contato com o próprio corpo, entender o seu funcionamento e detectar possíveis problemas antes de ir a uma consulta ginecológica.
Existem riscos?
A ginecologia natural parte do princípio de que as escolhas são da mulher. Portanto, é preciso que o diálogo entre médica(o) e paciente ocorra em linguagem acessível e de modo cuidadoso. A ginecologia natural não é contrária à realização de exames, nem ao acompanhamento por outros especialistas, mas defende que a realização de exames e o uso de medicamentos devem ser feitos a partir de uma necessidade real, e não como um mero protocolo de atendimento.
Algumas propostas terapêuticas dessa ginecologia, como a fitoterapia — o uso de plantas para o tratamento de doenças — foram comprovadas cientificamente. Contudo, outros métodos ainda não foram verificados pela ciência tradicional, já que as redes públicas e privadas de saúde ainda prevalece a medicina alopática, cujo enfoque está em combater a doença a partir da eliminação de sintomas. Por isso, ainda não é possível dizer com precisão, entre todos os tratamentos propostos pela ginecologia natural, quais não funcionam.
Tanto em um tratamento alopático como em um alternativo, as mulheres não devem esperar milagres. A ginecologia natural prevê que a mulher não fique esperando uma solução cair do céu, mas se reconheça como protagonista do tratamento, o que implica autonomia e autorresponsabilidade.
A busca por medicamentos tradicionais requer uma consulta médica, o que não é diferente com a ginecologia natural: é preciso buscar profissionais que saibam as propriedades dos produtos naturais indicados, bem como os possíveis efeitos no corpo da mulher.
A falta de regulamentação da ginecologia natural pode trazer obstáculos para encontrar tais profissionais. Por isso, recomenda-se sempre ter acompanhamento médico junto aos tratamentos da ginecologia natural e pesquisar muito bem sobre os métodos adotados.