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A esposa do pedreiro que desapareceu enquanto pescava no último sábado (29), em Jaú (SP), um dia antes do temporal que deixou um rastro de destruição e uma pessoa morta, ainda luta para manter a esperança de rever o companheiro.
Desde o desaparecimento prestes a completar uma semana, a Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros da cidade iniciaram as buscar por Nivaldo Santos, de 44 anos. Porém, com a enchente que provocou o transbordamento do Rio Jaú, os trabalhos ficaram dificultados.
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A dona de casa Vera Lúcia dos Santos, mulher de Nivaldo, conta que viu o companheiro pela última vez por volta das 15h do sábado passado, quando ele saiu com dois amigos para pescar no Rio Jaú. Nivaldo foi o único que não retornou e, desde então, Vera Lúcia não tem informações.
“A gente quer encontrar ele, tem horas que ainda temos esperanças, mas está demorando muito. A gente tenta manter a esperança, mas fica difícil, porque às vezes parece que a angústia não vai ter fim”, diz a dona de casa.
Além dessa angústia pelo companheiro desaparecido, a mulher revela o desespero por ter tido casa onde mora com dois filhos também alagada na enchente do último fim de semana, quando vários móveis estragaram.
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A reconstrução fica ainda mais difícil sem a presença de Nivaldo, único que tinha emprego. A filha deles, hoje com 23 anos, nasceu com paralisia cerebral e precisa da atenção da mãe o dia todo.
“Ele [Nivaldo] ajudava a gente, com despesas, com aluguel, mas agora sem ele não sei com vamos ficar, porque eu não trabalho, só cuido da minha filha especial. A gente tá sem chão”, diz.
Até o fim da tarde desta sexta-feira (4), segundo o Corpo de Bombeiros, as buscas por Nivaldo Santos seguiam em todo o curso do Rio Jaú, que já começava a reduzir seu nível com o alívio das chuvas.
1,5 mil pessoas atingidas
Segundo balanço desta sexta-feira da Defesa Civil de Jaú, quase 1,5 mil pessoas foram impactadas pelas enchentes. A água entrou em pelo menos 592 casas.
Um morador morreu afogado depois de ter tido a casa invadida pela enxurrada durante a chuva do último domingo. Edson Aparecido Saes era catador de recicláveis e morava com o filho, de 31 anos, na casa que fica na Vila São Paulo em uma área de risco para inundações. O corpo dele foi encontrado na manhã de segunda-feira (31) na rua onde ele morava.
As ações solidárias continuam em escolas, igrejas e órgãos públicos da cidade. Os itens que mais faltam são materiais para limpeza, como vassoura e rodo, além de fralda, leite e embalagens para os kits.
A Secretaria de Assistência Social já entregou roupas, produtos de limpeza e higiene pessoal para mais de 400 famílias.
A partir da próxima semana, as doações não vão ser distribuídas no ginásio que concentra as doações. Os colaboradores da prefeitura devem levar os produtos até as famílias atingidas.
O município ainda tira a lama deixada pela enxurrada. As vistorias nos locais públicos onde houve destruição não identificaram problemas estruturais.
Para evitar mais desastres em caso de novo temporal, a Secretaria de Mobilidade Urbana disse que busca licença ambiental para obras no trecho do rio próximo ao Jardim São José.
Dentre as opções estudadas para conter as enchentes está a construção de lagoas ao longo do leito do rio para conter a água da chuva.
Fonte: Yahoo!