Anúncios
O motivo da morte dos gêmeos, Silvio Cezar Carvalho Santos e Cezar Silvio Carvalho Santos, em Salvador, na quarta-feira, na localidade da Baixa do Tubo, em Cosme de Farias, pode ter sido vingança. A informação foi divulgada pela delegada Andréa Ribeiro, responsável pelo caso, durante coletiva na manhã desta quinta-feira (18), na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Leia Mais:
Anúncios
Irmãos gêmeos são mortos a tiros, diz polícia
De acordo com a delegada, a polícia trabalha com a hipótese do crime ter sido cometido por um grupo de ciganos, o qual o irmão das vítimas, Jailton Carvalho Santos, teria uma dívida. Por causa dessa dívida, Jailton matou o cigano Jair Ferraz de Almeida, que atuava como agiota, durante uma briga, em 2014.
Anúncios
A família dos gêmeos informou em depoimento à Polícia Civil que sofreu ameaças desse grupo ligado a Jair Ferraz.
Jailton Santos foi condenado pelo crime e, durante o julgamento dele em 2014, os ciganos compareceram. “Desde então, a família disse que não teve mais paz. A vingança não para. Esse foi o recado que eles [os ciganos] quiseram dar”, afirmou Andréa Ribeiro. O irmão dos gêmeos continua preso.
A investigação ainda está em fase inicial, mas a delegada informou que os ciganos são suspeitos.
“Inicialmente, o crime pode estar relacionado a uma vingança perpetrada por uns ciganos de Dias D’Ávila que não se conformam com a morte de um dos integrantes do bando que teria sido morto por um irmão das vítimas. O crime ocorreu há dois anos, em Simões Filho. O irmão das vítimas matou o cigano conhecido como Jair Ferraz. Após essa morte, três pessoas da família das vítimas também foram mortas”, contou a delegada
Crime
Dois irmãos gêmeos, de 45 anos, morreram na tarde desta quarta-feira (17), na localidade da Baixa do Tubo, no bairro de Cosme de Farias, em Salvador. Um deles chegou a ser levado para o Hospital Geral do Estado (HGE) por um dos filhos e um vizinho, mas já chegou morto na unidade de saúde.
As vítimas foram identificadas como Silvio Cezar Carvalho Santos, que era advogado, e Cezar Silvio Carvalho Santos, que era cinegrafista.
Em contato com o G1, o filho de uma das vítimas contou que o pai dele ouviu os tiros próximo ao escritório do tio, que é advogado, e ao tentar dar socorro também foi atingido pelos disparos. O rapaz ainda informou que o suspeito de atirar seria cliente do advogado que morreu.
Durante o socorro, o suspeito que estava em uma moto com outro homem, chegou a perseguir o carro onde estava a vítima baleada e ainda disparou contra o veículo, mas ninguém ficou ferido.
A Polícia Militar não tem detalhes da motivação dos disparos. Os autores do crime fugiram. O caso será investigado pela Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Cezar Silvio Carvalho Santos trabalhou como operador de áudio e depois como cinegrafista, por 15 anos na TV Bahia.
Briga com cigano
Em 2014, o comerciante Jailton Carvalho Santos, irmão das vítimas, foi preso acusado de matar o cigano Jair Ferraz de Almeida, que atuava como agiota. O crime ocorreu na cidade de Simões Filho, na região metropolitana de Salvador. A polícia, entretanto, não confirma se o caso tem relação com as mortes de Silvio e Cezar.
À época, a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) informou que a ex-mulher de Jailton teria contraído empréstimo de R$ 7 mil com o cigano, valor que em quatro meses subiu para R$ 122 mil. Ainda segundo a SSP-BA, a dívida teria sido o motivo de Jailton ter matado o cigano, em 14 de agosto, em um trecho da rodovia BR-324.
Após a morte do cigano, três parentes de Jailton foram assassinados: a ex-companheira de dele, a professora primária Nilda Maria Fiuza, 52 anos, que foi quem contraiu a dívida; David Santos, 19, filho do comerciante com outra mulher; Uanderfon Alves dos Santos, 23, sobrinho de Jailton. Dois ciganos conhecidos como Bira e Gilmar foram apontados por uma testemunha como participantes desses três crimes.
Jailton foi preso depois de se apresentar no Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), na Piedade, onde confessou o crime, na presença de um advogado.
A SSP-BA destacou que, no depoimento prestado ao Depom, Jailton informou que ele e Nilda passaram a ser pressionados pelo cigano para saldar a dívida. Segundo ele, o casal já havia pago R$ 43 mil, mas o agiota exigia mais R$ 79 mil. Jair chegou a exigir a casa da professora, avaliada em R$ 400 mil, como pagamento do empréstimo.
Para se livrar da pressão do agiota, o comerciante planejou o assassinato. Garantindo que iria liquidar a dívida, Jailton atraiu o cigano até sua loja, na Avenida Bonocô. O cigano chegou ao estabelecimento em companhia de sua mulher, de prenome Clarisse, e dali o casal seguiu com o comerciante para o município de Simões Filho. Ao chegar em um local pouco movimentado, Jailton sacou um revólver calibre 38 e efetuou dois disparos contra o cigano e depois obrigou Clarisse a sair do veículo. O carro foi encontrado queimado, duas semanas depois, na cidade de Coração de Maria.
A polícia ainda apurou que dois cheques no valor de R$ 28 mil, que estavam em poder do cigano, foram depositados na conta de Jailton.
Fonte: G1