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O Centro Nacional de Paraquedismo (CNP) de Boituva, no interior paulista, registrou três mortes com esportistas em saltos particulares de paraquedas em menos de dois meses. O último a se acidentar foi o jovem Felipe Carlos dos Reis, de 26 anos, que era aspirante a oficial do Exército. Ele morreu nesta quinta feira (10).
Os outros acidentes ocorreram em 13 de novembro, com a morte do militar aposentado João Marcelino Manassi, 65 anos, e em 25 de outubro, quando o atleta Leandro Torelli, 33 anos, também morreu após salto no CNP.
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O Ministério Público em Boituva informou que não existe investigação sobre o local, mas o que se tem verificado é que os acidentes sempre aconteceram com atletas que geralmente desrespeitam as regras dos códigos desportivos, fazendo manobras arriscadas.
Apesar de ter uma investigação própria, o MP disse que “está acompanhando os casos e aguardando as investigações da Polícia Civil e que, se apurada alguma responsabilidade, medidas serão tomadas, porém, somente depois das conclusões das investigações”.
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A Promotoria de Justiça ainda disse que expediu uma recomendação a todas as associações do Centro Nacional de Paraquedismo para que só realizem saltos duplos com maiores de 14 anos.
A Prefeitura de Boituva informou que, caso a investigação da Polícia Civil aponte irregularidade no Centro Nacional de Paraquedismo, medidas cabíveis serão tomadas, mas não destacou quais ações podem ser adotadas.
O presidente da Associação Nacional de Paraquedismo de Boituva, Rodrigo de Castilho, disse que, de acordo com as informações iniciais sobre o acidente com o militar nesta quinta-feira, houve um problema no paraquedas principal. O de emergência foi acionado, mas o principal não havia sido desconectado, o que teria causado o acidente.
Ainda segundo Castilho, Felipe era atleta de paraquedismo, mas com pouca experiência. Todo o equipamento usado por ele teria sido trazido pelos instrutores que vieram com ele de Resende para esse curso particular. O equipamento usado foi apreendido e vai passar por perícia.
3 mortes em 2 meses
A morte mais recente foi de Felipe Carlos dos Reis, na quinta-feira, no Centro Nacional de Paraquedismo. Ele se formou na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) cinco dias antes do acidente.
O aspirante a oficial do Exército foi um dos mais de 440 cadetes que participaram da celebração de formatura no último sábado (5), em Resende (RJ). O evento teve a participação do presidente Jair Bolsonaro.
Felipe era aspirante a oficial de infantaria. Ele saiu de Resende (RJ), com um instrutor e equipamentos, para fazer um curso particular de salto de paraquedas no CNP, em Boituva. O equipamento usado foi apreendido e vai passar por perícia.
De acordo com informações da Polícia Civil, durante o salto, houve um problema com o paraquedas principal de Felipe, que acionou o reserva, mas por conta da velocidade acelerada e descontrolada a queda não foi amortecida.
Felipe foi socorrido e levado ao Hospital São Luiz, em Boituva, mas não resistiu aos ferimentos
O presidente da Associação Nacional de Paraquedismo de Boituva, Rodrigo de Castilho, disse que, de acordo com as informações iniciais, houve um problema no paraquedas principal. O de emergência foi acionado, mas o principal não havia sido desconectado, o que teria causado o acidente.
No dia 13 de novembro, o soldado aposentado João Marcelino Manassi, de 65 anos, morreu depois de um salto de paraquedas.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, João saltou sozinho e ficou ferido após cair em uma área de pasto durante um pouso malsucedido.
Na época Nilson Leitão, então presidente da Associação de Paraquedistas de Boituva, disse que o paraquedas é extremamente seguro, mas que podem ocorrer fatalidades na hora do pouso.
“Ele não comandou o paraquedas principal e teve abertura pelo disparador automático de segurança reserva. Quando o reserva abriu, simultaneamente o principal também abriu e isso se torna perigoso. Os paraquedas entram em atitude de voo irregular. O paraquedas é feito para voar para frente e quando isso acontece, vira cada um para um lado e mergulha em direção ao chão”, explicou.
Após o acidente, a vítima foi socorrida e encaminhada ao pronto-socorro de Boituva, mas não resistiu aos ferimentos. O caso foi encaminhado para investigação na delegacia da cidade.
Já no dia 25 de outubro, o paraquedista Leandro Torelli, de 33 anos, também morreu depois de um salto.
Segundo o Centro Nacional de Paraquedismo, Leandro fez uma curva brusca em baixa altitude, o que diminui a pressão no paraquedas. Esse tipo de curva faz com que o esportista desça em alta velocidade provocando acidentes.
Leandro era considerado um paraquedista experiente com mais de mil saltos. Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros, levado para o Hospital São Luiz e transferido para um hospital de Sorocaba (SP), mas não resistiu aos ferimentos.
Fonte: G1