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O ambientalista, político, jornalista e escritor Alfredo Sirkis morreu por volta das 13h50 desta sexta-feira (10), em um acidente de carro no Arco Metropolitano (BR-493), na Baixada Fluminense. Sirkis, de 69 anos, morreu no local.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, Sirkis estava sozinho no veículo, um Volkswagem Polo, e seguia em direção à Via Dutra. Na altura do km 74, o carro saiu da pista, bateu em um poste e capotou.
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Viagem para visitar a mãe
Sirkis estava a caminho de um sítio em Morro Azul, em Paulo de Frontin, para visitar a mãe, Liliana, de 96 anos, em isolamento social por causa da pandemia. Ele era filho único, muito ligado a ela e costumava fazer o trajeto com frequência.
Além disso, Sirkis também iria rever o filho Guilherme, que terminou mestrado recentemente nos Estados Unidos e está com a avó.
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Segundo amigos, ele se programou para ir ao sítio neste fim de semana e saiu de casa por volta do meio-dia, horário em que gostava de viajar. Sirkis também tem uma filha, que mora nos EUA.
Sirkis era casado com a escritora e empresária Ana Borelli, com quem não tinha filhos.
Biografia
Alfredo Hélio Sirkis nasceu no Rio de Janeiro em 8 de dezembro de 1950, filho dos imigrantes judeus-poloneses Herman Syrkis e Liliana Syrkis.
Estudou em escolas particulares tradicionais da cidade até passar para o Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (CAp/UFRJ), onde se iniciou na política estudantil, na coordenação do grêmio.
Participou das manifestações contra a ditadura iniciada em 1964, incluindo a Passeata dos Cem Mil, em junho de 1968.
Ele foi integrante do grupo Vanguarda Popular Revolucionária (VPR), que praticava ações de guerrilha urbana contra o regime, incluindo sequestros de diplomatas. Em 1971, Sirkis se exilou no Chile, Argentina e Portugal, regressando ao Brasil em 1979, com a Lei da Anistia.
Como jornalista, atuou nas revistas “Isto É” e “Veja”, além de colaborar para vários outros jornais. Foi ainda roteirista na TV Globo, na série “Tele-tema”.
Autor de nove livros, ganhou o Prêmio Jabuti de 1981 por “Os Carbonários” (1980). Havia acabado de lançar seu último livro, “Descarbonário”.
Pioneiro na luta pelo meio ambiente
Sirkis foi um dos pioneiros na luta pela preservação do meio ambiente no Brasil, e um dos fundadores do Partido Verde, em janeiro de 1986. Em 1991, assumiu a presidência nacional do partido.
Como o primeiro secretário de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, em 1996, foi o responsável pelo reflorestamento de 660 hectares (mais de 6 milhões de m2 de área desmatada), em 47 comunidades da cidade.
Por sua orientação, foram construídos 80 quilômetros de ciclovias no Rio de Janeiro.
Nas eleições de 1998, ele foi candidato à Presidência da República pelo PV.
Entre outubro de 2016 e maio de 2019, foi o coordenador Executivo do Fórum Brasileiro de Mudança do Clima (FBMC). Em maio do ano passado, ele foi exonerado do cargo pelo presidente Jair Bolsonaro. Atualmente, era diretor executivo do Centro Brasil no Clima.
Sirkis participava de projetos e discussões sobre meio ambiente com líderes globais da área, como o ex-vice-presidente americano Al Gore.
Sirkis foi também deputado federal, vereador por quatro mandatos no Rio de Janeiro, secretário municipal de Urbanismo, secretário municipal de Meio Ambiente e presidente do Instituto Municipal de Urbanismo Pereira Passos (IPP).
Fonte: G1