Menino morre ao cair de prédio no RJ; tia responderá por homicídio culposo

Marcelle dos Santos Vicente, de 18 anos, responderá por homicídio culposo pelo acidente que matou o seu sobrinho, Heitor Gabriel dos Santos Ferreira, de 4 anos, na manhã desta terça-feira (21).

O menino caiu do quarto andar do apartamento dela, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Segundo o delegado Luiz Henrique Ferreira Guimarães, titular da 34ª DP (Bangu), a criança usou um sofá para acessar a janela, de onde despencou.

“Ela vai responder por homicídio culposo, já que a lei impõe a ela. Era previsível um ser humano de diligência mediana que um sofá debaixo de uma janela coloque em situação de risco. E foi isso que aconteceu. Uma fatalidade”, disse o delegado.

O incidente aconteceu na Comunidade do Conjuntão, por volta das 4h. Na delegacia, Marcelle informou que tinha deixado a janela da sala aberta por causa do calor e foi dormir junto com a criança. Contou também que foi acordada por vizinhos após a queda.

O delegado afirmou que a tia cria Heitor desde os 4 meses de idade, “tem um carinho muito grande” e “age como mãe fosse”.

“Ela cria essa criança com o consentimento da mãe biológica, que já possui outros filhos. Ela paga escola, paga judô, ela faz tudo por essa criança (…) Alugou uma casa no 4º andar, que precisa de móveis, uma pessoa humilde. Lá, não tem grade nessa janela (…) Como ele era muito agitado e tem um hábito de escalar, muito provavelmente ele foi até a janela, se debruçou e veio a cair”, afirmou o delegado.

Após a investigação, a polícia descartou o crime de abandono de incapaz com resultado morte. “Uma testemunha que localizou o corpo avisou a mãe que tinha acontecido, me refiro à mãe não biológica, e ela desceu correndo. Isso demonstra que ela não deixou a criança só. Não foi um abandono de incapaz com resultado morte”, disse Guimarães.

A mãe do menino, a auxiliar de serviços gerais Renata dos Santos Ferreira, chegou ao hospital pouco depois das 10h e contou que Heitor havia dormido na casa da tia. Renata, que é mãe de outros quatro meninos, disse que estava em casa quando parentes lhe contaram da tragédia. Muito abalada, ela foi amparada por uma equipe de assistência social do hospital.

Marcelle foi ouvida pelos agentes na distrital, retornou ao imóvel para acompanhar a perícia e, pouco depois das 11h20, retornou à delegacia com dois policiais. A Polícia Civil também busca imagens de câmeras de segurança.

A direção do Hospital Municipal Albert Schweitzer confirmou que a criança deu entrada na unidade, mas que, “infelizmente, o paciente não resistiu e faleceu”.

Fonte: G1