23 de dezembro, 2024

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Médicos anunciam 4º caso de cura de pacientes com HIV

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Um homem que vive com HIV desde a década de 1980 foi curado, dizem seus médicos. Este é apenas o quarto caso do tipo no mundo.

Ele recebeu um transplante de medula óssea para tratar uma leucemia, e o doador era naturalmente resistente ao vírus.

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O homem de 66 anos, que pediu para não ser identificado, parou de tomar medicamentos para o HIV. Ele disse estar “mais que grato” pelo vírus não poder mais ser encontrado em seu corpo.

O homem é conhecido como o Paciente City of Hope (“Cidade da Esperança”, em português) em homenagem ao hospital onde foi tratado em Duarte, na Califórnia.

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Muitos de seus amigos morreram de HIV no passado, antes que os medicamentos antirretrovirais pudessem dar a estas pessoas uma expectativa de vida quase normal.

‘Nunca pensei que viveria para ver esse dia’

O vírus da imunodeficiência humana (HIV) afeta o sistema imunológico do corpo. Ele pode levar à Aids (síndrome da imunodeficiência adquirida) e dificultar a defesa do corpo contra infecções.

Em um comunicado, o homem disse: “Quando fui diagnosticado com HIV em 1988, como muitos outros, pensei que era uma sentença de morte. Nunca pensei que viveria para ver o dia em que não tivesse mais HIV.”

Ele recebeu o transplante de medula óssea não para tratar o HIV, mas porque desenvolveu leucemia aos 63 anos.

A equipe médica responsável pelo seu tratamento decidiu que ele precisava do transplante para substituir sua medula óssea doente por células normais. Por coincidência, o doador era resistente ao HIV.

O HIV entra nos glóbulos brancos do nosso corpo usando uma porta microscópica – uma proteína chamada CCR5.

No entanto, algumas pessoas, incluindo o doador, têm mutações CCR5 que fecham essa porta e impedem a entrada do vírus.

‘Santo Graal’

O paciente foi monitorado de perto após o transplante, e seus níveis de HIV se tornaram indetectáveis ​​em seu corpo e permanecem assim há mais de 17 meses.

“Ficamos entusiasmados em informá-lo que seu HIV está em remissão e que ele não precisa mais tomar a terapia antirretroviral que estava usando há mais de 30 anos”, disse Jana Dickter, infectologista do hospital City of Hope.

Primeira vez

A primeira vez em que um caso semelhante aconteceu foi em 2011, quando Timothy Ray Brown – conhecido como o Paciente de Berlim – se tornou a primeira pessoa no mundo a ser curada do HIV.

Outros três casos semelhantes foram registrados nos últimos três anos.

O paciente do City of Hope é a pessoa mais velha e que vive com HIV há mais tempo a ser tratada dessa maneira.

No entanto, os transplantes de medula óssea não vão revolucionar o tratamento para os 38 milhões de pessoas que têm HIV no mundo atualmente.

“É um procedimento complexo com efeitos colaterais significativos. Portanto, não é realmente uma opção adequada para a maioria das pessoas que vivem com HIV”, afirmou Dickter.

No entanto, os pesquisadores estão procurando maneiras de atuar sobre a proteína CCR5 usando terapia genética.

O caso foi apresentado na conferência Aids 2022, em Montreal, no Canadá.

Ao comentar o anúncio, Sharon Lewin, presidente da Sociedade Internacional da Aids, disse: “A cura continua sendo o Santo Graal da pesquisa do HIV”.

Ela disse que houve “um punhado de casos de cura individual antes” e eles forneceram “esperança contínua para pessoas que vivem com HIV e inspiração para a comunidade científica”.

G1 Saúde

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