27 abril, 2024

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Médica que omitiu socorro a bebê tem anotação criminal por caso semelhante, em 2010

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A médica Haydee Marques da Silva, de 59 anos, que deixou de atender Breno Rodrigues Duarte da Silva, de 1 ano e 6 meses, já tinha uma anotação criminal por caso semelhante, em 2010. A informação é da delegada Isabelle Conti, da 16ª DP (Barra da Tijuca), responsável pela investigação. A criança, que sofria de uma doença neurológica, morreu 1h30 depois de a profissional de saúde decidir não atendê-la, na última quarta-feira.

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De acordo com Isabelle, a anestesista e clínica geral se recusou a atender uma paciente que queria fazer um exame de tomografia.

– A paciente se exaltou e a médica, indignada, chegou a arranhar a vítima. Isso foi em uma unidade de saúde no bairro de Todos os Santos, na Zona Norte do Rio. O caso foi para o Ministério Público e foi oferecido a ela uma transação penal, ou seja, uma pena alternativa. No entanto, ela não cumpriu as medidas impostas pela transação penal. O processo prescreveu pelo tempo decorrido – contou a delegada.

Breno tinha um ano e seis meses e sofria de epilepsiaBreno tinha um ano e seis meses e sofria de epilepsia (Foto: Arquivo pessoal)

Na última quarta-feira, a médica Haydee, que por ora é investigada por homicídio culposo (quando não há intenção), deixou de prestar socorro a Breno. Ela chegou com a ambulância no condomínio da família, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, mas foi embora sem subir ao apartamento para prestar socorro.

Em um vídeo gravado por uma câmera interna, é possível vê-la rasgando um documento, antes de a ambulância ir embora do prédio, às 9h13. Segundo a família, funcionários do condomínio ouviram a médica gritar que tinha passado de seu horário de trabalho.

Imagens da câmera de segurança mostram a médica rasgando o pedido (Foto: Reprodução)

A delegada ouviu, na manhã desta sexta-feira, as testemunhas do ocorrido: o motorista Robson Oliveira, de 50 anos, a técnica de enfermagem Marta Campelo, de 26, que estava com a família no apartamento, e um dos porteiros que viu a reação da médica.

– Haydee está sendo investigada por homicídio culposo, mas, com novas provas, pode ser convertido em homicídio doloso (quando há intenção) a qualquer momento. Isso se ficar caracterizado que ela fez (omitiu socorro) sabendo que aquilo poderia ocasionar a morte da criança – adianta a delegada, acrescentando que, se for comprovado que o documento que a médica rasgou dentro da ambulância era oficial, com assinatura da empresa onde trabalhava (Cuidar Emergências Médicas), ela também pode ser indiciada por outro crime, o de supressão de documentos.

A técnica de enfermagem Marta Campelo, de 26, estava com a família na hora em que a médica omitiu socorro. Há um mês, Marta cuidava de Breno. Ela conta que, na quarta-feira, ele estava com falta de ar, no balão de oxigênio.

– Poderia ser um quadro de gastroenterite. Ficamos aguardando a ambulância, mas ela não apareceu. Fomos avisados que outra ambulância seria enviada para o local. Ficamos esperando, o quadro dele piorou, fizemos os procedimentos, mas ele precisava de remoção. Agora espero que a justiça seja feita, pois ela não pode fazer isso com outra criança – diz a profissional, que prestou depoimento.

A Cuidar Emergências Médicas é prestadora de serviços da Unimed-Rio. A médica envolvida no caso estava na empresa havia quatro anos. A diretora da Cuidar, que pediu para ter seu nome preservado, disse que, infelizmente, a unidade saiu do local porque a médica alegou que não atenderia uma criança, já que ela é clínica geral e anestesista, e não pediatra. A diretora ainda garantiu que, independentemente da especialização, Hayde tinha qualificação técnica para fazer o transporte do paciente. A médica foi demitida na quinta-feira.

Breno foi enterrado nesta quinta-feira, no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, na Zona Norte do Rio. Os pais, ainda abalados com o ocorrido, receberam apoio de família e amigos.

Familiares e amigos de Felipe e Rhuana apoiaram casalFamiliares e amigos de Felipe e Rhuana apoiaram casal (Foto: Carolina Heringer/Extra)

– Agora vou viver com esse ‘se’ para o resto da minha vida: se ela tivesse levado será que o meu filho estaria vivo? Ele morreu 1h30 depois. Dava tempo de levá-lo ao hospital. É desumano. Abri mão da minha vida para cuidar do meu filho, que era especial, e agora não tenho mais o meu Breno. Ela negou socorro – lamentou a mãe do menino, que está grávida de três meses.

 

Fonte: Extra

 

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