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Mais de 100 palestinos e cerca de 20 policiais israelenses ficaram feridos na madrugada desta sexta-feira (23) em confrontos em Jerusalém que envolveram judeus de ortodoxos de extrema direita, palestinos e a polícia de Israel.
A polícia israelense disse que contabilizou 20 feridos entre seus agentes e que deteve 44 pessoas durante os distúrbios.
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O Crescente Vermelho palestino informou que houve ao menos 105 feridos, dos quais cerca de 20 tiveram que ser hospitalizados. Os confrontos ocorrem em meio ao Ramadã, o mês muçulmano de jejum e oração.
Em agosto de 2019, duas importantes festas judaica e muçulmana coincidiram e houve embates entre policiais israelenses e palestinos.
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Naquela ocasião, foi registrado um saldo de 60 feridos na Esplanada das Mesquitas, lugar sagrado do Islã e que os judeus também veneram como Monte do Templo, apesar de só estar autorizado o culto muçulmano em seu interior.
Protestos paralelos
Os confrontos da madrugada de quinta-feira começaram quando a polícia israelense escoltou um protesto organizado pelo movimento judaico de extrema direita Lahava, conhecido pela sua ideologia anti-palestina, na entrada da Cidade Antiga de Jerusalém.
Centenas de policiais israelenses foram enviados para perto da entrada de Damasco e para os bairros próximos com o objetivo de proteger a liberdade de expressão e o direito ao protesto, segundo fontes policiais israelenses.
A manifestação, na qual segundo testemunhas houve gritos de “morte aos árabes”, foi vista como uma provocação e gerou rapidamente confrontos com os palestinos que retornavam da oração noturna do Ramadã na Esplanada das Mesquitas.
Jovens palestinos se reuniram na entrada da Cidade Antiga, localizada no leste de Jerusalém, ocupado e posteriormente anexado por Israel, e começaram os distúrbios, que se prolongaram por uma boa parte da noite.
Os policiais tentaram dispersar os manifestantes com gás lacrimogêneo e canhões de água.
Segunda noite de conflitos
Na noite de quarta-feira também houve confrontos semelhantes na cidade. Vídeos publicados nas redes sociais mostraram jovens judeus radicais gritando “morte aos árabes” e agredindo trabalhadores palestinos do centro de Jerusalém e jornalistas. Os distúrbios terminaram com a detenção de 70 israelenses e palestinos, segundo a polícia israelense.
O presidente palestino, Mahmud Abas, denunciou esses eventos e pediu nesta sexta-feira à comunidade internacional que “proteja” os palestinos de Jerusalém Oriental.
Em um discurso feito na quinta-feira no Conselho de Segurança, o enviado especial da ONU para o Oriente Médio, Tor Wennesland, denunciou esses confrontos e pediu que a tensão seja contida.
A Jordânia condenou as “provocações realizadas pelos grupos judeus extremistas e pediu a Israel para conter “o assédio” contra os habitantes da Cidade Antiga de Jerusalém e para acabar com as restrições de acesso à mesquita Al Aqsa, disse seu ministério das Relações Exteriores.
Nesta sexta, em uma entrevista à televisão israelense Kan, o prefeito de Jerusalém, Moshe Lion, disse que estava conversando com líderes palestinos de Jerusalém Oriental para encerrar “esta violência inútil” que ocorre a um mês das eleições legislativas palestinas.
Em 22 de maio, os palestinos organizam suas primeiras eleições em 15 anos. Mahmud Abas e os países europeus pediram a Israel que permita a realização das votações e que candidatos façam campanha em Jerusalém Oriental, onde vivem 300 mil palestinos sob controle israelense.
Fonte: Yahoo!