19 de novembro, 2024

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Macri comparece novamente à Justiça argentina por acusação de espionagem

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O ex-presidente da Argentina, Mauricio Macri, compareceu nesta quarta-feira (3) a um tribunal para entregar um depoimento por escrito sobre o caso em que é acusado de suposta espionagem aos familiares dos 44 marinheiros que morreram no naufrágio do submarino militar ARA San Juan, durante o seu mandato, em 2017, e agora espera a decisão do juiz para saber se será processado.

Cercado por um grupo de dirigentes e simpatizantes de sua coalizão de centro-direita, Macri caminhou por três quarteirões até a sede do tribunal de Dolores, que fica cerca de 200 quilômetros ao sul da capital Buenos Aires, onde entregou um texto escrito no qual defendeu sua inocência, pediu o arquivamento da acusação e não respondeu perguntas.

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“Não espionei ninguém. Eu nunca mandei, em meu governo, que espionassem alguém. Jamais vi qualquer relatório sobre algum familiar do ARA San Juan, nem de nenhuma outra embarcação”, disse o ex-presidente no texto entregue à Justiça.

Macri, que governou o país entre 2015 e 2019, permaneceu por menos de uma hora no recinto e não deu declarações à imprensa.

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Impedimento do juiz

Ao fim da audiência, Pablo Lanusse, advogado de Macri, questionou o magistrado Martín Bava, e argumentou que o ex-mandatário se encontra “ante a presença de um juiz incompetente, que não tem imparcialidade e que mostrou sua dependência do poder Executivo e de interesses obscuros”, em alusão às eleições legislativas de 14 de novembro, nas quais o governo de centro-esquerda do atual presidente, Alberto Fernández, corre o risco de perder o controle do Parlamento.

Macri já tinha comparecido ao tribunal de Dolores no dia 28 de outubro, mas a audiência foi suspensa a pedido de sua defesa, porque ele não havia sido liberado do segredo de Estado. Naquele mesmo dia, Fernández baixou um decreto para isentá-lo do segredo de Estado para assuntos de inteligência.

O ex-presidente, de 62 anos, tinha faltado a duas citações anteriores: a primeira porque estava fora do país, e a segunda porque solicitou o impedimento do juiz Martín Bava.

Um primeiro pedido de impedimento do juiz foi rechaçado pela Câmara Federal de Mar del Plata, e o segundo pedido está à espera de uma resposta, prevista para 12 de novembro.

Após o depoimento entregue hoje por Macri, há um prazo de dez dias para que a Justiça decida se irá processá-lo ou arquivar a acusação.

O submarino ARA San Juan, um TR-1700 de fabricação alemã com 66 metros de comprimento, desapareceu em novembro de 2017 com 44 pessoas a bordo, quando patrulhava águas argentinas.

A embarcação foi encontrada um ano depois, a 900 metros de profundidade, com a ajuda das Marinhas de outros países.

Na ação judicial, os representantes dos familiares dos militares falecidos no naufrágio do ARA San Juan alegam que eles foram alvo de escutas telefônicas e de outras interceptações durante o ano em que buscavam saber o que aconteceu com o submarino.

Os advogados das famílias também pediram à Justiça que determinasse a prisão preventiva do ex-presidente, mas tal medida não foi acatada pelo juiz.

Nesse mesmo caso, já são réus os ex-chefes do serviço de inteligência do governo Macri, Gustavo Arribas e Silvia Majdalani.

Fonte: Yahoo!

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